Uma rede que cresce com soluções naturais, utilizando patrimônios agrícolas para salvar o planeta.

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A rede global dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) agora conta com 95 exemplos vivos de agricultura sustentável distribuídos em 28 países. Entre as recentes adições estão ecossistemas agrícolas do Brasil, México, China e Espanha, todos inscritos por sua capacidade de unir tradição, produção e equilíbrio ambiental através de seus patrimônios agrícolas.

Esses sistemas destacam práticas milenares que conservam a biodiversidade, garantem alimentos locais e protegem paisagens frágeis. São expressões concretas de como a humanidade pode conviver com a natureza, sem destruí-la. Cada um representa uma alternativa aos modelos agrícolas intensivos que prejudicam o meio ambiente.

Com o apoio da FAO, essas iniciativas valorizam o conhecimento das comunidades originárias, técnicas de cultivo adaptadas ao clima e a resiliência de paisagens únicas. Além de produzir alimentos, mantêm a fertilidade do solo, regulam a água e ajudam a enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

O sistema de cultivo em solo vulcânico em Lanzarote ou o Metepantle mexicano mostram como é possível produzir sem esgotar os recursos. Em ambos os casos, a gestão da água e a diversidade de cultivos são fundamentais para manter vivos os ecossistemas vulneráveis.

![Nuevos países se sumaron a la red global de Sistemas Importantes del Patrimonio Agrícola Mundial (SIPAM). Foto: FAO/Jorge de Souza.](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/05/patrimonios-agricolas-2-300×164.jpg.webp)

## Colher sem prejudicar: uma herança da terra

A inclusão da erva-mate no Brasil como SIPAM destaca uma abordagem agroflorestal que protege a floresta de araucárias, atualmente reduzida a 1% de sua superfície original. Integrar a erva-mate com frutíferas e outros cultivos mantém a cobertura florestal e fortalece a identidade cultural das comunidades que a produzem.

No México, o sistema Metepantle conserva mais de 140 espécies autóctones graças a um modelo agrícola em terraços herdado dos povos nahuas. Essa estratégia ancestral contribui para a segurança alimentar e previne a erosão do solo, ao mesmo tempo que combate o abandono rural.

Na China, três sistemas diferentes mostram o potencial da agrobiodiversidade para sustentar o meio rural. O cultivo de pereiras segundo métodos tradicionais, a produção artesanal de chá branco e a combinação de pesca com agricultura representam formas sustentáveis de viver do campo sem destruí-lo.

Cada sistema inscrito na rede SIPAM é um lembrete de que o futuro da agricultura não deve copiar modelos industriais, mas sim olhar para as práticas locais que já demonstraram sua harmonia com a Terra.

![México é parte da rede global de Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM). Foto: GIAHS/ Mexico, Meteplante.](https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/05/patrimonios-agricolas-300×164.jpg.webp)

## Cultivar para curar a terra

A prática do cultivo, quando realizada de forma sustentável, pode melhorar significativamente a qualidade do solo. Ao semear uma variedade de cultivos, especialmente os de cobertura como as leguminosas, evita-se a erosão e retém-se melhor a umidade.

Além disso, as raízes das plantas ajudam a descompactar o solo, facilitando a entrada de ar e água. Isso melhora a estrutura do terreno, favorecendo a vida microbiana essencial para manter sua fertilidade natural.

O compostagem e a incorporação de resíduos orgânicos provenientes do cultivo enriquecem o solo com nutrientes essenciais. Isso reduz a necessidade de fertilizantes químicos e fortalece o equilíbrio ecológico do terreno.

Também, ao manter o solo coberto com vegetação, reduz-se o impacto do sol e do vento, evitando sua degradação. Em conjunto, cultivar não só alimenta, mas também regenera o solo e promove ecossistemas mais resilientes.

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