Apenas 30 espécies de árvores dominam a maior savana do mundo: quais são.

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Um estudo recente demonstrou que apenas 30 espécies de árvores dominam o Cerrado no Brasil. Este é a maior savana e com maior diversidade florística do mundo.

Essas representam quase metade de todas as árvores. O fenômeno é chamado de hiperdominância e tem importantes implicações para a compreensão e a conservação desse ecossistema.

Apenas essas espécies de árvores dominam a maior e mais diversa savana do mundo: isso é prejudicial?

O que ocorre com a hiperdominância.

O estudo, realizado por cientistas do Brasil, Reino Unido e Países Baixos, foi publicado na Communications Biology. Baseia-se em dados de mais de 200 parcelas de um hectare, combinados com imagens de satélite e modelos espaciais.

Os resultados mostram que 30 espécies (menos de 2%) das 1605 árvores do Cerrado representam quase metade de todas as árvores.

Dentre este grupo distintivo de árvores hiperdominantes, descobriu-se que uma espécie, Qualea parviflora, representa uma em cada 14 árvores.

“Ficamos surpresos com esse nível de hiperdominância em um ecossistema tão diverso”, afirmou em comunicado o autor principal, o doutor Facundo Álvarez, da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT).

“Esse padrão é similar ao observado na selva amazônica, embora o Cerrado seja uma savana”, explicou.

“Nossa pesquisa também determinou que o Cerrado perdeu aproximadamente 24 bilhões de árvores desde 1985, um número surpreendente equivalente a três vezes a população humana atual da Terra. Compreender o predomínio dessas poucas espécies é essencial diante de tais perdas”, alertou.

Como é o Cerrado, a maior savana do mundo

Com uma extensão de 2 milhões de quilômetros quadrados, uma área equivalente a Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha juntas, o Cerrado é a maior savana do mundo.

Além disso, é o de maior diversidade florística arbórea, além de ser uma porta de entrada para a Amazônia e desempenhar um papel vital no fornecimento de água potável e na captura de carbono.

O bioma do Cerrado, em perigo crítico de extinção, desempenha um papel crucial como porta de entrada para a Amazônia e outros biomas, mas está protegido apenas em 8% e mais da metade está desmatada. Até o momento, atuou como uma barreira, separando a Amazônia da densamente povoada e urbanizada região sudeste do Brasil.

Os pesquisadores alertaram que até 800 espécies de árvores podem permanecer sem detectar e extinguir-se em poucas décadas devido ao desmatamento.

Microsoft reflorestará a Amazônia para compensar sua pegada. O Cerrado é uma das portas de entrada para a Amazônia.

A perda de espécies: um perigo iminente

Esse hiperdomínio de algumas poucas espécies, presente atualmente tanto nas florestas amazônicas quanto no Cerrado, destaca os riscos que ambos os biomas enfrentam de perda de espécies devido à fragmentação, ao desmatamento e à mudança de uso do solo.

“Quando tantos processos ecossistêmicos se concentram em cerca de 30 espécies individuais, significa que, se esse sistema for alterado, por exemplo, devido ao mudança climática, dependendo de como respondam essas espécies a essa alteração, existe o risco de perder espécies-chave para manter a funcionalidade essencial da savana como tal”, afirmou o coautor, o professor Ted Feldpausch, da Universidade de Exeter.

Como apenas 30 espécies dominam o Cerrado, sua estabilidade e funcionamento são muito limitados. No entanto, Feldpausch explicou que centrar-se nessas espécies poderia ajudar os pesquisadores a compreender como funciona esse vasto ecossistema.

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