No âmbito da luta contra o dengue, um projeto da Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (FAUBA) oferece uma solução natural, eficaz e gratuita para combater a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor do dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
A iniciativa consiste na distribuição de peixes nativos que eliminam as larvas do mosquito, reduzindo criadouros em piscinas, tanques e reservatórios de água parada, sem a necessidade de usar produtos químicos.
Que espécie é usada no projeto para combater o dengue?
O peixe escolhido é o Phalloceros caudimaculatus, conhecido popularmente como “madrecita de agua”, uma espécie autóctone de entre 2,5 e 3 centímetros.
Suas principais características:
- Alimenta-se exclusivamente de ovos e larvas de mosquitos, garantindo a erradicação total do Aedes aegypti no reservatório.
- Adapta-se facilmente ao ambiente, não necessitando de alimentação suplementar. Reproduz-se de forma
- natural, assegurando sua permanência sem intervenção humana.
Segundo Alejandro “Koko” López, professor da cátedra de Aquicultura da FAUBA, onde esses peixes são introduzidos não sobrevive nenhuma larva, o que os torna uma ferramenta eficaz e ecológica contra o mosquito.
Como adquirir os peixes gratuitamente
O serviço está disponível para:
- Pessoas ou organizações com corpos de água onde larvas possam proliferar.
- Reservatórios naturais ou artificiais, como tanques, lagos e piscinas recreativas em desuso.
- Sistemas de recolha de água da chuva, onde o mosquito costuma reproduzir-se.
Procedimento para solicitar os peixes
- Enviar um pedido escrevendo para [email protected] ou entrando em contato pelo Instagram.
- Preencher um formulário com perguntas sobre o local de colocação e fotos do local.
- Avaliação do local para confirmar se é adequado para o uso dos peixes.
- Retirada dos exemplares na sede da FAUBA.
- Breve capacitação sobre seu cuidado e manutenção.
Impacto do projeto na comunidade
O programa teve um notável crescimento nos últimos anos:
- Em 2024, foram entregues 5560 peixes em 139 pedidos, beneficiando mais de 83.000 pessoas.
- Em 2025, já foram realizadas 50 novas entregas, consolidando a expansão do programa.
- A Legislatura Portenha declarou o projeto de Interesse Sanitário, reconhecendo sua contribuição para a saúde pública.
Ciência e sustentabilidade: uma solução inovadora
Este projeto faz parte de uma estratégia integral de controle biológico, promovida pela FAUBA, que demonstra como a ciência pública pode gerar soluções sustentáveis com impacto direto na saúde e no meio ambiente.
O uso de peixes nativos como reguladores naturais de larvas representa uma alternativa ecológica, que contribui para a redução de doenças transmitidas por mosquitos, evitando o uso de inseticidas nocivos e fortalecendo a luta contra o dengue de forma segura.