Um novo caso de maus-tratos animais abala Nova York: 40 cães belgas malinois foram encontrados trancados em um apartamento lotado, sem luz solar nem ventilação. O incidente, ocorrido em 9 de maio, foi denunciado pelos Centros de Cuidado Animal da cidade (ACC), que agiram em conjunto com a organização ASPCA.
Os animais estavam escondidos em armários e corredores, sem espaço para se mover. Segundo as autoridades, alguns poderiam nunca ter saído do local. O aglomerado e a falta de cuidados básicos geraram severas consequências físicas e emocionais nos cães.
“Viviam em confinamento total, sem contato com o exterior”, detalhou Tara Mercado, diretora do abrigo ACC. A cena foi descrita como angustiante, com cães adultos empilhados atrás de móveis. O tamanho dessa raça acentuou ainda mais o sofrimento em espaços tão reduzidos.
Os animais foram levados para abrigos onde começaram sua avaliação médica e recuperação. A Dra. Biana Tamimi destacou que muitos “nunca haviam tocado a grama ou ouvido os sons da rua”, e que o processo será lento, mas já mostram sinais de curiosidade.

Um longo caminho até a adoção para esses cães belgas
Até o momento, apenas os exemplares que ultrapassam os 18 kg e estão em melhores condições poderão ser adotados. Enquanto isso, os demais continuarão com a reabilitação necessária. Além disso, o ACC lançou uma campanha para conseguir lares voluntários e aliviar o colapso em seus centros de atendimento.
Este caso destaca uma problemática global: o maltrato e aprisionamento de animais para fins comerciais. A violência contra os animais é um problema mundial, e a denúncia cidadã continua sendo fundamental para sua prevenção e erradicação.

O aglomerado: um dano invisível mas profundo
O confinamento extremo afeta tanto o corpo quanto a mente dos animais. Em casos como o dos cães malinois de Nova York, o aglomerado prolongado causa atrofia muscular, doenças de pele, estresse crônico e distúrbios comportamentais.
A falta de espaço e estimulação gera comportamentos repetitivos, agressividade ou medo extremo. Além disso, ao compartilhar áreas reduzidas, aumentam o risco de infecções, parasitas e conflitos entre os próprios animais, piorando ainda mais sua saúde.
A privação de luz solar também impede a síntese de vitamina D, enfraquecendo o sistema ósseo. O isolamento social, por sua vez, interrompe o desenvolvimento emocional dos cães, dificultando sua posterior adaptação a um ambiente saudável e afetivo.
Por isso, especialistas insistem que não se trata apenas de resgatar os animais, mas de garantir um ambiente digno e de reabilitação que permita sua recuperação integral. A luta contra o maltrato começa com o respeito às suas necessidades mais básicas.