A implementação da tecnologia luminosa com luzes LED em redes de pesca tornou-se uma ferramenta crucial para a proteção da fauna marinha, especialmente para as tartarugas marinhas em áreas onde convivem infraestruturas humanas com ecossistemas frágeis.
No Peru, pescadores adotaram este método com resultados positivos, conseguindo reduzir a captura incidental de tartarugas marinhas em 70%, principalmente no litoral do Pacífico norte e central.
“Antes podíamos encontrar até cinco tartarugas presas em uma única pescaria, agora é apenas uma”, comenta Ernesto Ramírez, pescador de Tambo de Mora, após integrar essa inovação em suas atividades noturnas, conforme destaca o portal Mongabay.
Como funcionam as luzes LED na pesca artesanal
As luzes LED, instaladas na linha superior das redes, geram um sinal visual que dissuade as tartarugas e outros animais marinhos de entrarem na área de pesca.
- Cada rede de 133 metros inclui 12 luzes, que emitem um brilho verde ao entrar em contato com a água.
- Esses sinais permitem evitar a captura de tartarugas, toninhas, golfinhos-negros e aves marinhas.
- O uso dessa tecnologia não interfere na pesca alvo, mantendo a produtividade dos pescadores.
Resultados e desafios na conservação de tartarugas marinhas
Graças aos esforços conjuntos de Acorema, WWF Peru, Ecoceánica e ProDelphinus, o projeto coletou dados em seis localidades, evidenciando uma redução de 67% na captura incidental.
No entanto, ainda há desafios:
- Maior capacitação para pescadores em técnicas de manipulação de tartarugas presas.
- Expansão do uso de luzes LED em redes de fundo, onde o risco de mortalidade é maior.
- Acompanhamento de espécies em perigo crítico, como a tartaruga-de-couro e a tartaruga-carey.
Com a colaboração entre cientistas, pescadores e ONGs, o objetivo é consolidar essa estratégia como um padrão de pesca responsável que beneficie tanto a indústria pesqueira quanto a conservação marinha.
Foto da capa: Magnus Lundgren