Pelo sexto ano consecutivo, Chile mantém a posição de ser o primeiro país da América Latina a atingir o esgotamento ecológico, o que significa que nos primeiros meses do ano ele já esgotou os recursos naturais que a Terra pode regenerar nesse período.
Esse fenômeno, identificado pela organização Global Footprint Network através de sua plataforma Earth Overshoot Day, mostra que o Chile está utilizando recursos a um ritmo mais acelerado do que o planeta pode repor, gerando uma dívida ambiental para as futuras gerações.
“Se toda a população mundial tivesse os níveis de consumo e poluição do Chile, a demanda por recursos naturais excederia a capacidade regenerativa do planeta pelo resto do ano”, alertam os especialistas ambientais.
Fatores que impulsionam o adiantamento do esgotamento ecológico
Este ano, a data foi antecipada seis dias em relação a 2024 —de 23 para 17 de maio— devido a três crises ambientais no país:
- Mudanças climáticas, que agravam a desertificação e a escassez hídrica.
- Perda de biodiversidade, com ecossistemas cada vez mais afetados por atividades humanas.
- Poluição por plásticos, com um gerenciamento insuficiente de resíduos e uso excessivo de embalagens descartáveis.
“Se não revertermos essas tendências, a cada ano veremos como essa data se antecipa mais”, advertem os especialistas.
Propostas para mitigar o impacto ambiental
As organizações ambientais instam o governo chileno a:
- Fortalecer o Plano de Descarbonização, com prazos concretos para eliminar o carvão antes de 2030.
- Criar uma Lei Costeira que garanta a proteção dos territórios costeiros e seus ecossistemas.
- Implementar a regulamentação de plásticos de uso único, cuja aplicação, prevista para agosto de 2024, foi adiada em 18 meses.
Além disso, criticam o Projeto de Administração da Costa e Concessões Marítimas, apontando que favorece a privatização de espaços naturais.
Chile e a urgência de uma transformação sustentável
Embora o Chile tenha feito esforços na área ambiental, os especialistas enfatizam a necessidade de ações mais decisivas para evitar que o país continue liderando o esgotamento ecológico na região.
“É crucial harmonizar políticas, reforçar compromissos e erradicar práticas que impactam negativamente os ecossistemas”, concluem os especialistas em conservação.
A situação do Chile é um alerta para o mundo, que deve priorizar o desenvolvimento sustentável e a gestão responsável dos recursos naturais.