Investigadores do Instituto de Ciência e Tecnologia de Daegu Gyeongbuk (DGIST), em colaboração com as universidades de Hanyang e Coreia, desenvolveram uma tecnologia pioneira para a produção ecológica de hidrogênio solar utilizando nanoclusters quânticos de seleneto de cádmio.
Este semicondutor inorgânico, o menor empregado até agora neste campo, é composto por apenas 26 átomos ((CdSe)₁₃) e possui um tamanho inferior a 1 nanômetro.
A descoberta representa um ponto de virada na geração de energia limpa, eliminando a dependência de combustíveis fósseis e materiais tóxicos.
Estrutura otimizada e avanços em eficiência
Os nanoclusters quânticos situam-se entre moléculas e nanocristais, com uma vantagem chave: a maioria de seus átomos estão expostos, aumentando sua reatividade catalítica.
No entanto, sua aplicação tem sido limitada devido a problemas de estabilidade e baixa condutividade elétrica. Para superar esses obstáculos, os pesquisadores desenvolveram uma superestrutura auto-organizada, onde os clusters estão interconectados por meio de ligações entre ligantes superficiais.
Este design permite:
- Preservar a reatividade individual de cada nanocluster.
- Estabilizar a estrutura global para melhorar seu desempenho.
- Otimizar a condutividade elétrica por meio de dopagem com íons de cobalto (Co²⁺).
- Incrementar a eficiência na produção fotocatalítica de hidrogênio.
Aplicações futuras e potencial da tecnologia
O estudo, publicado em Nano Letters, demonstra pela primeira vez que um semicondutor quântico tão pequeno pode atuar como fotocatalisador eficaz.
Suas aplicações incluem:
- Energias renováveis, aproveitando a energia solar como fonte primária.
- Tratamento ambiental, com soluções sustentáveis para reduzir as emissões.
- Avanços em tecnologia quântica, expandindo o desenvolvimento de novos materiais.
Impacto global da tecnologia
A implementação desta inovação poderia transformar o panorama energético, trazendo benefícios como:
- Redução maciça de gases de efeito estufa, ao substituir combustíveis fósseis por hidrogênio solar.
- Aproveitamento eficiente da energia solar, fonte inesgotável e acessível.
- Diminuição de resíduos contaminantes, evitando o uso de materiais perigosos como o amianto.
- Versatilidade em sistemas distribuídos, ideais para comunidades distantes de grandes infraestruturas.
Este avanço coloca a ciência de materiais na vanguarda da transição energética, acelerando o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, acessíveis e escaláveis.