Argentina é um dos países latino-americanos com mais empresas comprometidas em eliminar o uso de ovos de galinhas enjauladas, segundo a ONG internacional Sinergia Animal. O relatório da quinta edição do Cage-Free Tracker apontou que, durante 2024, 21 das 47 empresas nacionais ou com presença no país que fazem parte deste projeto conseguiram implementá-lo com sucesso.
Este relatório foi elaborado pelo programa de monitoramento anual que reúne informações das empresas do setor alimentício na América Latina, incluindo supermercados, cafeterias, confeitarias, restaurantes, serviços de catering, hotéis e até cruzeiros. O objetivo é monitorar o produto, especialmente em relação ao abastecimento de ovos de galinhas livres de gaiolas.
De acordo com Cage-Free Tracker, o objetivo deste programa é promover o bem-estar na vida desses animais, uma vez que as gaiolas podem impedir muitos comportamentos naturais das galinhas.
“Este ano fazemos um apelo a diferentes empresas da região para garantir seus compromissos globais com políticas sem gaiolas. Queremos que sejam implementados em todos os países onde operam e também receber relatórios que mostrem seus avanços na América Latina”, afirmou Catalina Castaño, gerente de implementação corporativa da Sinergia Animal para a América Latina.
Quais foram os avanços em 2024?
Segundo a análise do Cage-Free Tracker, 138 empresas aderiram à eliminação do uso de ovos de galinhas emjauladas, um aumento de 20% em relação a 2023. Isso demonstra que cada vez mais empresas se comprometem a garantir o bem-estar animal. No entanto, das 61,59% de empresas que reportaram sua implementação, apenas 49,28% o fizeram de forma detalhada. Na Argentina, menos da metade das empresas apresentaram relatórios específicos sobre seus resultados no país ou na região.
“Em um contexto de emergência para os animais e para os consumidores, é vital que as marcas garantam que seus fornecedores cumpram com boas práticas e relatem seus avanços de forma transparente”, mencionou Castaño.
Com o olhar em 2025
Muitas empresas terão tempo até 2025 para concluir a transição para ovos livres de gaiolas, uma meta que está próxima de ser alcançada. Os resultados obtidos até o momento são encorajadores: 8 das 83 marcas já atingiram a meta de 100%, enquanto outras 30 relataram avanços de forma específica para a região e outras 13 o fizeram de forma global. Por outro lado, um total de 32 empresas ainda devem transparência a seus consumidores, bem como clareza sobre a implementação de seu compromisso.
Segundo Castaño, a cada ano os compromissos sem gaiolas são mais viáveis e seus desafios cada vez mais gerenciáveis. Além disso, a gerente acrescentou que entre os principais obstáculos das empresas estão a crise econômica, o aumento de custos, a baixa oferta de ovo líquido para compras no varejo e informações enganosas por parte de alguns produtores.
No continente latino-americano, 87% dos 610 milhões de galinhas poedeiras ainda estão enjauladas, um número ligeiramente inferior à média mundial de 90%. Já são vários países que proibiram a utilização de galinhas enjauladas para a produção de ovos, entre eles na União Europeia e vários estados dos Estados Unidos, devido à sua crueldade e aos riscos para a saúde pública.