Usar drones contra a granizo em áreas onde as colheitas costumam ser vítimas de tempestades extremas pode ser uma verdadeira salvação.
A luta contra o granizo e as intempéries climáticas historicamente representaram um desafio para os produtores agrícolas, especialmente em regiões como San Rafael, Mendoza, onde as tempestades severas são recorrentes.
Neste contexto, uma equipe da Universidade Tecnológica Nacional (UTN) busca revolucionar o sistema com uma abordagem inovadora. O uso desses pequenos helicópteros especificamente para semear nuvens.
Drones contra o granizo: em que consiste o projeto
Cristian González, diretor do Laboratório de Inovação, Engenharia e Design da UTN San Rafael, explicou que o projeto surge como parte das atividades de extensão do laboratório, recentemente inaugurado.
“Este ano decidimos focar em uma plataforma de voo que permite otimizar a autonomia e capacidade de carga dos drones”, afirmou o engenheiro ao Diario San Rafael e FM Vos 94.5.
O projeto, desenvolvido em três etapas, buscou maximizar a eficiência de voo por meio do design aerodinâmico dos drones.
Drones contra o granizo.
“Construímos mais de dez modelos em escala para aperfeiçoar a teoria. A chave foi movimentar a maior quantidade de ar possível à menor velocidade, algo que melhora significativamente o rendimento energético”, explicou González.
A abordagem da equipe incluiu soluções inovadoras, como a incorporação de superfícies fixas para a sustentação. “Os drones convencionais usam rotores pequenos que precisam girar muito rápido para gerar impulso, o que consome muita energia”, explicou.
“Optamos por rotores maiores e um design que aproveita um efeito de leque para reduzir o consumo de energia durante o voo”, detalhou.
O resultado preliminar é um drone que, embora não consiga permanecer completamente estático no ar, alcança voos estacionários com uma mínima translação, inspirados no comportamento de aves como o falcoaria.
Trabalharam na equipe Juan Rodríguez, Cris González, Nacho Martínez, Paulo Bru, Juan Cano, Javier Pereyra, Kaleb Vega e Juan Pablo López.
Como será o design final do drone
A capacidade de carga é outro destaque do desenvolvimento. O design final, que ainda está em fase de construção, terá uma envergadura de 2,60 metros e poderá transportar até 15 quilogramas.
“Está pensado para transportar sinalizadores com iodeto de prata ou outros produtos químicos usados para semear nuvens. Dessa forma, podemos substituir aviões grandes e caros por um sistema mais acessível e eficiente”, afirmou González.
O projeto também contempla a possibilidade de operar os drones a uma distância de até 20 quilômetros, dependendo do sinal de rádio e do combustível disponível.
Esse avanço tecnológico não impactará apenas na luta contra o granizo. González destacou que o mesmo design poderia ser adaptado para outras tarefas críticas, como vigilância policial ou assistência em incêndios florestais.
“A flexibilidade da plataforma permite integrar diferentes motorizações e comandos, abrindo possibilidades para múltiplas aplicações”, afirmou.
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