Além das primeiras formas de democracia e uma história única, recentemente foram descobertas evidências de que pode ter havido contaminação por chumbo na antiga Grécia.
Na berço da filosofia ocidental, uma equipe de pesquisadores encontrou núcleos de sedimentos recuperados na parte continental e no mar Egeu que surpreenderam.
São as evidências mais antigas conhecidas de contaminação por chumbo no meio ambiente, datando de cerca de 5200 anos atrás.
Encontraram vestígios de chumbo na antiga Grécia
Essas evidências datam de cerca de 1200 anos antes da época em que até agora eram registrados os primeiros indícios deste tipo de contaminação (em um pântano na Sérvia).
Na Grécia, teria ocorrido a primeira forma de contaminação por metais. (Foto: Pixabay).
Na antiguidade, o chumbo era liberado na atmosfera como subproduto da fundição de minerais de cobre e prata. O metal tóxico se condensava depois em forma de pó e se depositava no solo.
“A prata era usada para joias e objetos especiais, mas não era encontrada em estado puro, e sim na forma de minério combinado com chumbo“, explica Joseph Maran, arqueólogo da Universidade de Heidelberg.
Maran é coautor do recente estudo publicado na quinta-feira na Communications Earth and Environment. O sítio com os primeiros indícios de contaminação por chumbo fica no nordeste da Grécia, perto da ilha de Tasos.
De acordo com o pesquisador, evidências arqueológicas anteriores sugerem que Tasos foi um dos locais mais importantes da região para a extração de prata e metalurgia.
“O chumbo liberado pela fundição é a primeira forma de contaminação tóxica ou industrial do mundo“, explicou ao EuroNews o historiador de Yale Joseph Manning, que não participou deste estudo.
A contaminação por chumbo na época romana
Os pesquisadores descobriram, de qualquer forma, que os níveis de contaminação por chumbo permaneceram bastante “baixos e localizados” na antiga Grécia.
A contaminação por fundição de metais, presente nas civilizações antigas. (Foto: Pixabay).
No entanto, cerca de 2150 anos atrás, eles detectaram “um aumento muito forte e abrupto” das emissões de chumbo causadas por atividades humanas em toda a Grécia, segundo Andreas Koutsodendris, coautor do estudo.
O também professor da Universidade de Heidelberg destacou que, naquela época, no ano de 146 a.C., o exército romano havia conquistado a península grega.
Com a expansão do comércio, das colônias e da navegação romana pelo Mediterrâneo e o Mar Negro, a demanda por moedas de prata também havia aumentado.
Para isso, era necessária a fundição, que liberava chumbo. Mais tarde, o Império Romano utilizou o chumbo para a louça e a construção, incluindo tubulações.
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