Esta semana foi lançada em Paraná, **Entre Ríos**, a campanha de alcance regional **”Remar contra a correnteza pela água e pela vida”**. A iniciativa tem como atividade central uma **remada em defesa do meio ambiente e dos rios**, que percorrerá todo o **rio Paraná**.
A data está marcada de 2 a 22 de março, quando é celebrado o [**Dia Mundial da Água**](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/dia-mundial-del-agua-la-onu-propone-el-lema-agua-para-la-paz/).
A proposta já conta com o apoio de mais de **120 organizações** da Argentina e de vários países da **Bacia do Prata** e outras bacias da **América Latina e do Caribe**.
“Remar contra a correnteza pela água e pela vida”: como é a campanha
A campanha busca conscientizar o público sobre os **perigos enfrentados pelos ecossistemas** devido ao avanço do extrativismo e da privatização das águas.
O lançamento do evento, realizado no âmbito do **Dia Mundial das Áreas Úmidas**, incluiu uma videoconferência com a participação de líderes religiosos, políticos e ambientais de toda a América Latina e do Caribe.
Todos os representantes reafirmaram seu compromisso com a defesa do Rio, lembrando que “**somos dependentes da água**” e que a **proteção dos rios e áreas úmidas é essencial** para a vida.
Como será a remada
Segundo a organização, a remada percorrerá o rio Paraná com atividades em cada uma das cidades costeiras, onde serão realizados atos e eventos.
Eles propõem “dar visibilidade à **nova entrega do rio Paraná**”, ou seja, a reprivatização e a “mal chamada hidrovia”, que é a **bacia central e troncal do rio**, por onde transitam os grandes navios que importam e exportam mercadorias.
“Este projeto coloca em risco os **ecossistemas e a vida das comunidades ribeirinhas**, em um dos rios mais importantes do mundo”, enfatizaram.
O lançamento da campanha e a problemática da hidrovia
Coordenado por **Martha Arriola** (dos Guardiões da Casa Comum), o evento contou com um painel de apresentação com a participação de diferentes referências.
Entre eles, **Luis “Cosita” Romero** (Guardiões da Casa Comum – Associação Civil Aangareco Nderejhé), **Luciano Orellano** (Fórum pela Recuperação do Paraná e Encontro Federal pela Soberania), **Alejandro Meitin** (Casa Río Lab / Ensenada), **Blanca Osuna** (Legisladora Nacional por Entre Ríos), **Nelson Yapura** (Associação Civil de Pescadores de Alto Verde, integrante do Conselho Nacional da Agricultura Indígena e Camponesa, e assessor dos Pescadores Indígenas de Salta, entre outras províncias), **Ukai Gladys Do Nascimento**, pertencente ao Povo Nação Charrúa, e **Horacio Enriquez** da Fundação Eco Urbano.
“O que está acontecendo que não somos capazes de defender nossos rios, a natureza, nossos filhos, nossos netos”, questionou Romero. “Dragar a **44 pés é aprofundar** o ecocídio de nossa bacia”, apontou.
“Em nenhum lugar do mundo você verá **navios de 80 mil toneladas**. O Danúbio, que chega ao mar Negro, o Reno que atravessa seis países e toda a Europa, quantas toneladas circulam? **De 4000 a 6000 toneladas**. Aqui querem colocar navios de 80.000 toneladas”, expressou Orellano.
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