O Zoo Aquarium de Madrid demite seus golfinhos, transferindo-os para um zoológico na China com instalações mais modernas e “avançados meios técnicos”. A partir do Projeto Grande Símio exigem o fechamento definitivo do delfinário, assegurando que a transferência se deve ao fato de as instalações não cumprirem com as exigências internacionais.
O Zoo Aquarium de Madrid pôs fim à presença de golfinhos em suas instalações. Os animais que ocupavam o delfinário por décadas foram desalojados em janeiro, conforme informa o centro em um comunicado. Seu novo lar será o Hainan Ocean Paradise, um zoológico de criação recente na China.
Os responsáveis pelo zoológico madrileno explicaram que demitem seus golfinhos e que a decisão obedecia a uma recomendação do programa de conservação de golfinhos da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA), com o objetivo de garantir os mais altos padrões técnicos para manter o grupo unido. Os golfinhos chegaram ao seu destino em perfeitas condições e foram acompanhados por seus cuidadores durante as primeiras semanas de adaptação.
A transferência foi feita cumprindo os requisitos da legislação internacional, para um local na ilha de Hainan, ao sul da China, com instalações modernas e os mais avançados meios técnicos. Lá, os golfinhos têm acesso a cinco piscinas conectadas, incluindo uma piscina médica, onde já nadam cetáceos de outros centros zoológicos da Europa. Os responsáveis garantem que os golfinhos continuarão fazendo parte da população europeia para garantir a melhor diversidade genética possível e uma população autossustentável.
Embora o delfinário não fechará imediatamente, será utilizado como centro de alojamento temporário para golfinhos de outros parques ou instituições quando for necessário. Além disso, o Zoo Aquarium de Madrid está trabalhando para retomar as atividades educativas neste espaço e está considerando adaptá-lo para outras espécies marinhas.
A notícia gerou reações da organização animalista Projeto Grande Símio, que exige o fechamento definitivo do delfinário e que não seja utilizado como alojamento temporário para golfinhos de outros parques. Também indicam que a transferência demonstra que o zoológico de Madrid não estava de acordo com as expectativas internacionais.
O Projeto Grande Símio exige o fechamento definitivo do delfinário em sintonia com o sentimento geral dos cidadãos, que são contra os espetáculos circenses que degradam os golfinhos e os mantêm em piscinas pequenas, obrigando-os a realizar comportamentos inadequados para sua espécie, acostumados a percorrer centenas de milhas marítimas em liberdade. Além disso, lembram que em 2020 denunciaram a utilização de golfinhos feridos em suas sessões circenses e em 2025 demitem seus golfinhos.
Países que proibiram os delfinários
Pode-se citar a França, que contava com o Marineland d’Antibes, o maior parque aquático da Europa, que fechou definitivamente, marcando um marco na transição para um mundo sem espetáculos com cetáceos.
A Bélgica tornou-se o sétimo país do mundo e mais um da Europa a proibir permanentemente e de forma irreversível a posse de golfinhos em cativeiro. Essa decisão histórica representa um marco na luta pelos direitos dos animais e pela conservação marinha.
A Espanha, o país da UE com mais delfinários, apesar da tendência global de eliminá-los. Enquanto na Califórnia a reprodução e exibição de orcas são proibidas, a Espanha mantém 11 delfinários ativos e continua construindo mais, como em Lanzarote.
Embora alguns países europeus tenham fechado delfinários ou tenham legislações estritas, a Espanha continua em sétimo lugar mundial em cetáceos em cativeiro, com mais de 100 exemplares em seus tanques, incluindo seis orcas.
Os especialistas afirmam que esses espetáculos não atendem a objetivos educacionais e se concentram em atividades antinaturais para os animais.
Chipre, Eslovênia, Croácia, Costa Rica, Chile e Índia proibiram a manutenção de cetáceos em cativeiro. Suíça e Hungria proíbem a importação de cetáceos e a construção de novos delfinários.
Já conhece nosso canal no YouTube? Inscreva-se!