Um time de pesquisadores do CONICET alcançou um avanço importante em **biotecnologia vegetal** ao identificar um mecanismo molecular que pode ser crucial para a **regeneração de plantas férteis** a partir de células modificadas por engenharia genética. Esta descoberta, publicada na prestigiosa revista *Nature Plants*, representa um grande passo para o melhoramento de cultivos por edição genética.
O estudo foi liderado pelo pesquisador Javier Palatnik, do Instituto de Biologia Molecular e Celular de Rosario (IBR, CONICET – UNR), e sua relevância foi destacada na seção *News & Views* da revista. **A regeneração de plantas é um dos maiores desafios na biotecnologia agrícola**, uma vez que muitas espécies de interesse agronômico apresentam dificuldades em se desenvolver completamente a partir de células modificadas.
Por meio de técnicas avançadas de bioquímica e microscopia de fluorescência, a equipe conseguiu decifrar **o mecanismo que regula a regeneração de raízes após um dano**. Utilizando *Arabidopsis thaliana*, uma espécie modelo em biologia vegetal, os pesquisadores descobriram que o processo é controlado por dois componentes fundamentais: uma família de proteínas chamadas fatores reguladores do crescimento (GRFs) e um microARN (miR396). Enquanto os GRFs promovem o desenvolvimento de folhas, caules e raízes, o miR396 modula sua atividade, garantindo um equilíbrio no crescimento celular.
“Éramos os primeiros no mundo a estudar este sistema”, afirmou Palatnik. Graças a esse conhecimento, seu grupo desenvolveu três patentes internacionais aplicadas à biotecnologia agrícola, incluindo **uma tecnologia que melhora a biomassa e a resistência à seca em cultivos**, e uma proteína quimérica (GRF-GIF) que estimula a regeneração de plantas.

Um avanço com impacto global
Para entender melhor o processo de regeneração, a equipe de pesquisa realizou experimentos em colaboração com a Universidade de Heidelberg, na Alemanha. Eles analisaram como as células respondem à amputação da raiz, descobrindo que existem dois tipos de estruturas regenerativas: uma organizada, semelhante à raiz original, e outra mais dispersa, que **permite o crescimento, embora não reconstrua** completamente a estrutura inicial.
“Esta descoberta muda nossa compreensão de como as plantas se regeneram após um dano”, explicou Julia Baulies, bolsista pós-doutoral do CONICET e primeira autora do estudo. Agora, o desafio é aprimorar essas técnicas para **aplicá-las a cultivos de importância agrícola**, otimizando a produção de alimentos em um contexto de mudanças climáticas e demanda crescente.

As plantas podem se regenerar naturalmente?
A regeneração é o processo de substituir ou restaurar células, tecidos, órgãos e até partes do corpo danificadas ou ausentes. As plantas possuem essa capacidade de **se regenerar de forma natural** graças às células-tronco que podem se diferenciar em diferentes tipos de células.
De fato, **as plantas podem formar novos órgãos a partir de seus tecidos**. Por exemplo, se os galhos de uma árvore forem cortados, novos brotos podem se regenerar. Além disso, muitas espécies das famílias Crassulaceae e Cactaceae podem regenerar raízes a partir de suas folhas desprendidas no solo.
O processo de regeneração **é conduzido pelas células-tronco das plantas**, que são encontradas na semente em germinação, no caule e na raiz. Nessas áreas, existem pequenas células com características embrionárias, responsáveis pela regeneração de parte ou de toda a planta.
Fonte: CONICET.
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