A caça é o principal problema para a recuperação da onça-pintada. O maior felino do continente está em perigo crítico de extinção. Por esse motivo, tanto no país quanto na região, são realizadas inúmeras tarefas para a conservação e reprodução do animal.
Há vários anos, a população da espécie diminui de forma alarmante. Embora os programas de reintrodução de exemplares tenham dado frutos em Corrientes e Chaco, é essencial combater a caça.
Recuperação da onça-pintada: a caça, principal ameaça
A Fundação Rewilding Argentina, uma das organizações que trabalha na recuperação da onça-pintada há mais de 20 anos, alertou sobre um dos principais problemas nesse processo.
A recuperação da onça-pintada na Argentina.
Segundo eles, nenhum dos planos aborda adequadamente a convivência entre a espécie e a pecuária, o que gera uma das principais causas de diminuição: a caça como represália.
Nos últimos dois séculos, a onça-pintada perdeu 95% do território que originalmente ocupava devido à caça e às alterações em seu habitat.
“A caça continua sem controle sério em locais focais como a Reserva da Biosfera Yabotí, o sul de Urugua-í (ambos em Misiones), todo o rio Bermejo e vários locais em Salta e Jujuy”, apontou o diretor executivo da Red Yaguareté, Nicolás Lodeiro Ocampo, ao canal TN.
Nesse sentido, ele alertou para uma situação grave. “Em Misiones, temos praticamente a extinção total na Reserva da Biosfera Yabotí, onde grupos organizados do Brasil vêm e dizimam as populações”, afirmou.
Os locais mais afetados
As ameaças da onça-pintada.
Lodeiro Ocampo destacou o norte de Santiago del Estero, na área do Parque Nacional Copo, onde “o último comentário sobre uma onça-pintada é de há 20 anos“.
“As condições estão dadas para o seu desenvolvimento por manter conexões com as florestas do Impenetrável chaqueño”, indicou. Mas acrescentou: “ela sai do Impenetrável e tem que desviar das balas“.
Para que a situação melhore, ele considerou que medidas de convivência entre a onça-pintada e a pecuária devem ser implementadas e as mortes por caçadores devem ser adequadamente investigadas.
A onça-pintada, em perigo crítico: as principais ameaças
Na Argentina, a onça-pintada é protegida pela Lei Nacional 22.421 de Conservação de Fauna, a nível nacional.
Além disso, múltiplas regulamentações em várias províncias reforçam essa proteção, além de ter sido declarada monumento natural nacional em 2001.
É uma das 10 espécies de felinos silvestres (além da onça-parda, do gato-mourisco, do jaguarundi, do ocelote, do gato-maracajá, do margay e dos gatos huiña, andino, montês e do pajonal) que habitam na Argentina.
No entanto, é uma espécie em perigo de extinção, vítima da caça ilegal e da perda de habitat, entre outras ameaças como atropelamentos, que aumentaram nos últimos anos.
Quantas onças-pintadas existem no país
Onças-pintadas no Iberá
No início do século XX, seu habitat se estendia até a Patagônia argentina, mas desde então sua distribuição diminuiu 95%.
No país, restam menos de 250 onças-pintadas, até onde se tem conhecimento. Já foi extinta no Uruguai e em El Salvador.
É considerada uma espécie “indicadora” da saúde do ambiente, pois desempenha um papel importante na manutenção de sistemas naturais que fornecem serviços ecossistêmicos vitais para o bem-estar da natureza e das pessoas.
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