A especial conexão de uma cidade de Santa Cruz com o condor andino: sonham em ser sua capital nacional.

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Na pequena cidade de 28 de Noviembre, em Santa Cruz, o cóndor andino não é apenas um símbolo: é parte da identidade da comunidade. Com apenas 9.000 habitantes, o município desenvolveu um profundo vínculo com esta majestosa ave, impulsionando sua observação, resgate e cuidado por quase duas décadas.

Graças a esses esforços, a cidade sonha em se tornar a Capital Nacional do Cóndor Andino, respaldada por registros inéditos e um trabalho contínuo que fortaleceu a conservação da espécie na região.

Os primeiros censos de condores na área

O projeto começou em 2002, quando biólogos e pesquisadores da Unidade Acadêmica de Río Gallegos chegaram à bacia carbonífera com o objetivo de contar condores. Foi realizado em duas estâncias próximas, e o resultado foi de 80 exemplares registrados.

Embora inicialmente a iniciativa buscasse vincular a presença de condores com o ecoturismo, não prosperou naquele momento. No entanto, em 2005, a cidade retomou o projeto, e em 2007 foi inaugurado o primeiro mirante de condores, o primeiro atrativo turístico da localidade.

Desde então, 28 de Noviembre e o cóndor se tornaram inseparáveis.

O impacto cultural do cóndor na comunidade

A influência do cóndor na localidade se refletiu em um concurso para projetar a bandeira da cidade, onde 51 dos 52 trabalhos incluíam a figura do emblemático pássaro.

Além disso, em 2008 foi impulsionada a marca turística “Valle del Cóndor”, e em 2009 foi criada a Reserva Cerro de la Cruz, uma área natural educativa dedicada à observação e conservação da espécie.

Um ano depois, o Conselho Deliberativo de 28 de Noviembre declarou oficialmente a localidade como Capital Provincial do Cóndor Andino, com o respaldo da Legislatura de Santa Cruz.

O crescimento dos censos populacionais

Desde então, a associação Somos Huellas Patagónicas, liderada por Franco Paz, tem mantido censos sistemáticos sobre a população de condores na região:

  • 2012: Primeiro levantamento de inverno em mirantes, com 65 condores registrados.
  • 2014: Expansão do estudo para condoreras, espaços naturais onde habitam os condores, com um total de 96 exemplares.
  • 2020: Incorporação de novas áreas de análise, incluindo Sierra Baguales e condoreras.
  • 2022: Contagem otimizada com 110 condores contabilizados.

Um marco histórico: o recorde de 134 condores

Em abril de 2025, a comunidade alcançou um registro sem precedentes, contabilizando 134 exemplares, a cifra mais alta na região.

Graças ao esforço coordenado com voluntários locais, pequenos comércios e especialistas, foi aplicada uma metodologia precisa, definindo pontos estratégicos de observação nos desfiladeiros onde os condores nidificam.

Cada observador registrou os condores que saíam dos dormitórios a partir das 8:30 da manhã, repetindo rondas a cada 30 minutos para evitar duplicações.

Além disso, foi possível determinar o sexo e a idade dos exemplares:

  • 52 machos adultos.
  • 65 fêmeas adultas.
  • 17 indivíduos não classificados por condições de luz ou velocidade de voo.

O caminho para a capital nacional do cóndor

Estes resultados fortaleceram o projeto para que 28 de Noviembre seja declarada Capital Nacional do Cóndor Andino, iniciativa apresentada pela senadora Ana María Ianni no Senado da Nação.

A cidade compete com Jujuy, que em seu último levantamento registrou 127 condores em 24 pontos de observação, com o trabalho de 74 pessoas.

Enquanto o Congresso avalia a proposta, a comunidade continua impulsionando um novo objetivo: a criação de um Centro de Atenção e Recuperação de Condores na cidade.

A cidade que olha para o céu

Desde 28 de Noviembre, vizinhos continuam observando o céu, onde entre as nuvens e as montanhas, os condores voam como símbolo de identidade e esperança.

A declaração oficial seria um reconhecimento ao esforço de toda uma comunidade, que por mais de 20 anos defendeu o habitat desta espécie majestosa, tornando-a o emblema de uma cidade que luta pela conservação.

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