No passado dia 22 de abril, durante o Dia da Terra, foi apresentado o livro Anfíbios e répteis do México em perigo de extinção (Porrúa, 2024), liderado pelo doutor Gerardo Ceballos, do Instituto de Ecologia da UNAM. O estudo revela números alarmantes sobre a biodiversidade no México:
- 40% dos anfíbios do mundo estão em risco.
- No México, 53% das 390 espécies de anfíbios enfrentam perigo.
- 50% das 864 espécies de répteis no país estão ameaçadas.
As cobras: presença milenar e risco atual
As serpentes de cascavel, com seu característico chocalho, são ícones da biota mexicana, mas a conservação tem sido insuficiente.
A mudança de temperatura global afeta sua reprodução, já que o sexo do animal é definido pela temperatura, reduzindo a população.
Destruição de habitats e tráfico ilegal
Entre as principais causas da perda de biodiversidade estão:
- Fragmentação de ecossistemas, com uma perda anual de 180.000 hectares de florestas e selvas.
- Impacto de grandes projetos como o trem maia no sudeste mexicano.
- Mercado negro de espécies, onde exemplares podem ser vendidos por até 50.000 dólares.
Um dos casos mais notórios é o monstro de Gila (Heloderma suspectum), um predador chave nos desertos que também tem sido utilizado em pesquisas farmacêuticas para tratar a diabetes tipo 2 e a obesidade.
Importância médica de anfíbios e répteis
Muitas espécies possuem venenos ricos em proteínas que têm sido utilizados para desenvolver medicamentos inovadores.
Um exemplo disso é o axolote mexicano (Ambystoma mexicanum), cujo incrível potencial de regeneração é objeto de estudo em biomedicina.
Conservação: investimento, não gasto
O doutor Ceballos enfatiza que a proteção ambiental não é um gasto, mas um investimento. Ele propõe:
- Fortalecer a proteção de áreas naturais.
- Combater o tráfico de espécies.
- Desenvolver estratégias que integrem conservação e bem-estar social.
A publicação de Anfíbios e répteis do México em perigo de extinção busca conscientizar sobre a crise da biodiversidade, promovendo soluções com base científica para preservar as espécies-chave do planeta.
Foto da capa: UNAM
*Com informações de eluniversal.com.mx