Em linha com a tendência que vem se impondo globalmente há anos em matéria de direitos, um museu de Mar del Plata deixará de exibir animais vivos.
Trata-se especificamente do aquário do Museu de Ciências Naturais Lorenzo Scaglia.
O governo municipal de Guillermo Montenegro decidiu retirar os exemplares que viviam em cativeiro. Muitos serão transferidos nos próximos dias para o bioparque de Batán.
Fim de uma era: não exibirão mais animais vivos em um museu
A decisão foi conhecida através da Resolução 244/25 do órgão de turismo de Mar del Plata (Emturyc), publicada nas últimas horas no Boletim Oficial.
Nela, as autoridades encarregam a Direção Geral de Cultura de realizar as gestões necessárias para transformar o aquário do Museu Scaglia em “um epaço moderno e interativo”.
Além disso, garantirão “a continuidade de suas funções investigativas, educativas e de divulgação científica“.
Por outro lado, concedem autorização para firmar convênios ou acordos com entidades para a realocação dos exemplares vivos atualmente alojados no aquário. “Asegurando sua correta reinserção em habitats adequados através de órgãos competentes na matéria”, destaca o texto.
Entre os fundamentos, o Emturyc destacou na resolução a integridade dos animais.
A reconversão do Museu de Ciências Naturais de Mar del Plata. (Foto: Instagram).[/caption>
“A reinserção dos exemplares vivos em habitats adequados contribuirá para o seu bem-estar e alinhará o museu com princípios éticos e de conservação, garantindo que a educação ambiental continue através de recursos tecnológicos avançados”, lê-se no texto.
Com relação ao futuro dos animais que hoje estão em cativeiro, alguns já têm destino.
“Isto faz parte de um processo. Vamos trabalhar com organismos especializados para realocar de forma responsável os exemplares que hoje estão lá, muitos dos quais irão para o bioparque de Batán”, explicaram as autoridades.
“O museu se transforma”
O governo municipal esclareceu ao meio 0223 que o aquário do museu não será fechado, apenas “transformado”. Com essa medida, impulsionarão um processo de modernização.
“Vamos deixar para trás o modelo de exibição de animais em cativeiro para avançar em direção a um novo espaço educacional, com tecnologia, experiências interativas e conteúdos que permitam continuar ensinando e conscientizando sobre os ecossistemas marinhos, mas de outra maneira”, indicaram.
Isso também se reflete na resolução, na qual é indicado que serão impulsionados convênios para a implementação de novas tecnologias.
A ideia é permitir a continuidade da missão educacional e científica do aquário através de formatos inovadores.
“A incorporação de simulações digitais, realidade virtual e experiências interativas permitirá oferecer aos visitantes uma abordagem inovadora e dinâmica, potencializando a aprendizagem sem afetar o equilíbrio dos ecossistemas marinhos”, destacaram as autoridades.