Espécies marinhas atravessam o Canal do Panamá e alteram ecossistemas.

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A expansão do **Canal do Panamá** em 2016 desencadeou um **[fenômeno ecológico](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/hallan-un-canal-subterraneo-que-comunica-las-galapagos-con-panama/)** com consequências ainda imprevisíveis: a migração de espécies marinhas entre o Atlântico e o Pacífico. Um estudo recente publicado em *Current Biology* adverte que essa troca **está modificando a biodiversidade local** e poderia afetar atividades econômicas como a pesca e o turismo.

Desde a sua inauguração em 1914, o canal foi **uma rota-chave para o comércio global**. No entanto, sua infraestrutura inicial, que incluía eclusas e o Lago Gatún como barreira natural, limitava a passagem de espécies. Com a modernização das eclusas e a remoção de obstáculos, mais peixes marinhos conseguiram atravessar a via interoceânica.

O estudo liderado pelo ecologista marinho Gustavo Castellanos-Galindo revelou que, após a expansão, os peixes marinhos aumentaram sua presença no Lago Gatún. “Antes, representavam apenas 26% da biomassa do lago; agora, esse número subiu para 76%”, explicou o pesquisador. **Foram identificadas 11 novas espécies desde 2016**, elevando o total para 29, incluindo grandes predadores como o tarpon e o robalo, que podem alterar as redes tróficas locais.

Outro dado preocupante é o aumento da salinidade no lago, que quintuplicou nos últimos anos. Essa mudança **favoreceu a permanência de espécies marinhas**, sugerindo que esses peixes não estão apenas de passagem, mas estão se adaptando ao ecossistema de água doce.

Canal do Panamá. Foto: Google Maps.
Canal do Panamá. Foto: Google Maps.

O paralelismo com o Canal de Suez

O fenômeno no Panamá lembra o caso do Canal de Suez, que desde a sua abertura em 1869 facilitou a migração de espécies do Mar Vermelho para o Mediterrâneo. Esse processo, conhecido como migração lessepsiana, **permitiu a proliferação de espécies invasoras tóxicas**, como o peixe-balão prateado, portador de uma neurotoxina letal que causou mortes em países como Egito e Turquia.

Os cientistas alertam que o tráfego biológico através do Canal do Panamá requer um monitoramento contínuo para avaliar seus **[impactos ecológicos e econômicos](https://noticiasambientales.com/compromiso-ambiental/avanza-un-proyecto-de-energia-solar-flotante-en-el-canal-de-panama/)**. A migração de espécies **poderia afetar a pesca artesanal**, da qual dependem muitas comunidades costeiras, e alterar os ecossistemas de forma irreversível.

Embora a expansão do canal tenha sido um marco para o comércio internacional, **seus efeitos ambientais devem ser considerados** para evitar consequências irreparáveis na biodiversidade marinha da região.

Canal do Panamá. Foto: Google Maps.
Canal do Panamá. Foto: Google Maps.

Quais são as espécies que habitam o Canal do Panamá?

No Canal do Panamá habitam uma grande variedade de espécies de mamíferos como morcegos, roedores, carnívoros, baleias e golfinhos, marsupiais, macacos, tatus, preguiças e tamanduás, veados e porcos selvagens, e musaranhos.

Por outro lado, encontram-se aves como Gavião-Bombachinha, Mariquita-de-coroa-amarela, Maçarico-ocidental e Sabiá-da-mata. Além disso, no Canal do Panamá habitam diferentes espécies de répteis, anfíbios e peixes marinhos e de água doce. O Panamá possui uma grande riqueza biológica devido à sua posição geográfica.

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