Golfinho-franciscano teria morrido devido à imprudência de turistas em Mar del Tuyú.

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A partir de uma série de fotos que circularam nas redes sociais e na mídia local, foi revelada a identidade de uma pessoa que manipulou um golfinho-franciscano aparentemente retirando-o do mar para tirar uma foto em Mar del Tuyú, o que teria levado à morte do animal.

A Fundação Vida Silvestre Argentina assegura que a morte de um filhote é um alerta para a conservação de uma espécie altamente ameaçada e em perigo.

Assim como aconteceu no verão de 2016, uma foto de um turista segurando um golfinho em um balneário da Costa Argentina está chocando as redes sociais. Em 2016 em Santa Teresita, em 2025 em Mar del Tuyú, mas as situações parecem ser idênticas. Em ambos os casos, o golfinho pertence à espécie Pontoporia blainvillei (conhecido popularmente como Golfinho-Franciscana) e as duas situações levaram à morte dos animais.

A Fundação Vida Silvestre Argentina alerta que a franciscana, ou golfinho-do-Prata, é um dos golfinhos mais pequenos do mundo: mede entre 1,30 e 1,70 m de comprimento e é uma espécie vulnerável à extinção, de acordo com dados da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Sua pele, de tons marrons, lembra o hábito dos monges franciscanos, daí o nome comum.

Esta espécie emblemática dos mares do nosso país, e que por um acontecimento lamentável volta a ser notícia, está presente apenas na Argentina, Uruguai e Brasil. Em nosso país, vive principalmente nas costas da província de Buenos Aires.

Em relação ao ocorrido em Mar del Tuyú com um filhote de franciscana, Manuel Jaramillo, diretor-geral da Fundação Vida Silvestre, explicou: “Estima-se que existam apenas 30.000 golfinhos franciscanas em toda a sua distribuição, a qual é muito limitada no Uruguai, Brasil e Argentina. O potencial de recuperação desta espécie é muito baixo: as fêmeas, aos 2 ou 3 anos, têm uma única cria que fica sob seus cuidados por um ou dois anos. Além disso, a franciscana, assim como outros golfinhos, não pode permanecer muito tempo fora da água. Possui uma pele muito espessa e oleosa que lhe proporciona calor, de modo que a exposição rápida ao tempo provoca desidratação e morte.”

Seu principal problema é a captura incidental em redes de pesca: cerca de 500 a 800 golfinhos são capturados anualmente nas redes de arrasto dos pescadores da Província de Buenos Aires. As fêmeas cuidam de sua única cria por um ou dois anos e sem a mãe, o filhote pode se desorientar e morrer. Por esse motivo, a ação dos turistas e das pessoas que encontram um exemplar é crucial para a sobrevivência de uma espécie vulnerável e em perigo.

Neste contexto preocupante, a Fundação Vida Silvestre reforça a necessidade de continuar informando a população que visita as costas da Argentina sobre a importância de não retirar esta espécie do mar e de facilitar o seu retorno à água caso encontrem um exemplar na praia. As decisões tomadas diante dessa situação são cruciais para a proteção e preservação do golfinho-franciscana.

“Pensávamos que a triste situação em Santa Teresita que levou a franciscana a ser considerada Monumento Natural da Província de Buenos Aires em 2017 ajudaria a evitar que situações como essa se repetissem. Infelizmente, estávamos errados. Os golfinhos são considerados uma das espécies mais inteligentes do planeta; aprendamos com eles, uma foto nunca pode ser mais importante do que a vida”, conclui Jaramillo.

**Fonte**: [Fundação Vida Silvestre Argentina](https://www.vidasilvestre.org.ar/)

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