Um estudo recente sobre golfinhos no Golfo do México revelou uma descoberta preocupante: a presença de fentanil e outros medicamentos nos tecidos desses animais. Os cientistas fizeram essa descoberta inesperada durante uma pesquisa que originalmente se concentrava em analisar hormônios nesses mamíferos marinhos.
A análise incluiu amostras de gordura de 89 golfinhos nariz-de-garrafa, dos quais 83 estavam vivos e seis estavam mortos. Esses exemplares eram da Laguna Madre, perto da baía de Corpus Christi, no sul do Texas. Os resultados mostraram a presença de vários compostos químicos, com destaque para o fentanil, um opioide extremamente potente encontrado em 24 das amostras analisadas.
A pesquisa, liderada por Makayla Guinn, estudante de pós-graduação da Universidade de Texas A&M – Corpus Christi, utilizou dardos disparados de uma besta para coletar pequenas amostras de tecido. Estas foram submetidas a testes em laboratório, onde foram detectados milhares de compostos químicos, incluindo relaxantes musculares, sedativos e opioides.
No entanto, a professora assistente do programa de biologia marinha da universidade e coautora do estudo, Dara Orbach, explicou que as drogas não estavam presentes apenas nas amostras recentes, mas também em outras coletadas em 2013 no Estreito de Mississippi. Isso indica que essas substâncias estiveram contaminando as vias fluviais do Golfo do México por anos.
Impacto nos golfinhos
Como os golfinhos não bebem água e obtêm sua hidratação das presas que consomem, é provável que os peixes e outros organismos marinhos também estejam contaminados com essas substâncias. Nesse sentido, Orbach alertou que esse pode ser um problema muito mais amplo e antigo do que se reconhecia.
A presença de drogas nos tecidos dos golfinhos pode ter várias fontes, como descargas de águas residuais humanas, resíduos agrícolas ou até drogas jogadas ao mar em áreas próximas à fronteira com o México.
Esse achado destaca a necessidade de mais pesquisas sobre a poluição química nos ecossistemas marinhos e seu impacto na vida selvagem. Por essa razão, os especialistas pedem atenção a esse problema para mitigar seus efeitos a longo prazo na biodiversidade marinha.
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