A presença de tubarões na Patagônia argentina é fundamental. Nas águas frias e vastas da região, convivem pelo menos 15 espécies desses animais.
Assim detalhou o doutor Nelson Bovcon, pesquisador do CONICET e especialista na fauna marinha da região. Desde o escalandrún até o gato-pardo, esses habitantes do mar desempenham um papel crucial no equilíbrio dos ecossistemas costeiros.
## Tubarões na Patagônia: uma diversidade oculta e um papel chave
Nas costas de Chubut, a presença de tubarões é tão discreta quanto significativa. “A maioria é de pequeno porte e se alimenta principalmente de crustáceos como camarões e lagostins. No entanto, ao atingir seu tamanho máximo, mudam sua dieta e se tornam mais piscívoros”, indica Bovcon.
Esse ciclo alimentar garante sua sobrevivência e também contribui para manter o equilíbrio na cadeia trófica, controlando as populações de suas presas.
“O escalandrún está criticamente ameaçado. Embora sua pesca seja proibida no Brasil, no Uruguai é permitida sem restrições, o que dificulta sua conservação em nível regional”, explica como exemplo.
No entanto, ele afirma que a falta de coordenação internacional coloca em risco a sobrevivência dessa espécie.
Algumas das espécies mais comuns nas costas patagônicas são: o tubarão-gato-pardo, o espinhoso, o cação, o tubarão-sardinero, o pintarroja, o peregrino, o gatuzo e o anjo, entre outros.
## O papel chave dos tubarões
Sem tubarões, o mar perderia seu equilíbrio. A ausência desses predadores causaria um aumento das espécies que normalmente caçam, o que poderia resultar em um desequilíbrio no ecossistema.
“Cada espécie tem um papel único. Se eliminarmos um elo, gera-se um desequilíbrio que pode levar anos para se estabilizar”, adverte Bovcon.
Nas costas patagônicas, incluindo as de Chubut, os tubarões são pilares de um ecossistema saudável. Sua conservação não é apenas um desafio científico, mas também uma responsabilidade compartilhada com as comunidades locais.
Pensar em tubarões geralmente evoca sensações hostis, música tensa e medo, mas na Patagônia, esses animais são o oposto: são arquitetos do equilíbrio marinho.
Os tubarões na Patagônia são verdadeiros guardiões silenciosos de um equilíbrio que, embora invisível, nos afeta a todos.
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