Uruguai vende lobos-marinhos a particulares que os levam para aquários chineses.

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Todos os anos, entre abril e outubro, Uruguai autoriza a captura e venda de lobos-marinhos vivos para exportação. Esses animais, que podem ser vistos em Cabo Polonio e no porto de Punta del Este, são enviados para zoológicos e parques aquáticos na Ásia, onde se tornam atrações.

A atividade gerou controvérsia, pois geralmente envolve a captura de filhotes com menos de um ano, logo após o desmame, facilitando sua adaptação ao cativeiro. Além disso, o processo de captura e transporte levanta preocupações sobre o bem-estar dos animais, pois precisam aprender a se alimentar de peixe processado e depender dos humanos para sobreviver.

Segundo a Direção Nacional de Recursos Aquáticos (Dinara), são seguidos protocolos rigorosos para garantir o bem-estar dos animais. A supervisão é realizada por veterinários privados e técnicos da instituição, responsáveis por verificar se os lobos-marinhos estão em condições adequadas.

No entanto, Lourdes Casas, fundadora da ONG Socobioma, questiona a falta de transparência no processo. “Não há um acompanhamento real sobre o destino final dos animais. Supõe-se que vão para oceanários, mas essa informação não está disponível”, denunciou ao jornal El País.

Lobos marinhos Lobos-marinhos. (Foto: Projeto Patagônia Azul).

O negócio da exportação

Historicamente, os lobos-marinhos foram explorados por sua pele, gordura e carne, mas a proibição da caça em 1991 levou a uma transformação do negócio, focando na venda de exemplares vivos.

Os números de exportação variaram nos últimos anos. Entre 2012 e 2019, o comércio atingiu seu pico em 2016, quando 166 exemplares foram vendidos, dos quais 128 foram enviados para a China. Outros destinos incluem Tailândia, Vietnã e Japão. No entanto, a atividade diminuiu drasticamente em 2020 devido à pandemia e à gripe aviária.

O preço de cada lobo-marinho varia de acordo com seu gênero: a Dinara cobra 87.000 pesos por cada macho e 118.000 pesos por cada fêmea. No mercado internacional, os exemplares podem ser revendidos por até 25.000 dólares, especialmente as fêmeas, que têm menor capacidade reprodutiva em cativeiro.

Diante dessa situação, a inclusão da Ilha dos Lobos no Sistema Nacional de Áreas Protegidas despertou críticas do intendente de Maldonado, que argumenta que isso limita o potencial turístico da região. Enquanto isso, o debate sobre a exportação de lobos-marinhos continua aberto, com questionamentos sobre seu impacto na conservação e o verdadeiro benefício econômico que traz para o país.

Caça de lobos-marinhos no Uruguai

No Uruguai, a captura de lobos-marinhos vivos é coordenada e fiscalizada entre 1º de abril e 31 de outubro de cada ano. Para isso, é necessário cumprir uma série de requisitos. Um deles é que a Direção da DINARA autorize a ordem das capturas e entregas.

Além disso, é preciso pagar o total dos exemplares do lote solicitado e os custos da captura, bem como solicitar a Certidão de Origem após efetuar o pagamento através da Passarela de Pagamentos.

Esses pontos foram estipulados na Resolução 206/2024, na qual foi feita a atualização do documento “Requisitos para a aquisição, manejo em cativeiro e exportação de exemplares vivos de lobos-marinhos vivos no Uruguai”. Lá, é recomendado modificar o procedimento relacionado à venda de exemplares vivos.

No Parque Nacional Cabo Polonio, em Rocha, é possível avistar uma grande colônia de lobos-marinhos em seu habitat natural.

Fonte: La Red 21.

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