Um estranho fungo, chamado Rhodotorula sp., e o parasita Cochliomyia hominivorax, acenderam os alarmes missionários depois de serem detectados em um exemplar de onça-pintada. A novidade e o desconcerto diante dessas presenças foram tão grandes que o caso foi exposto no 10º Congresso Argentino de Parasitologia, realizado no início de maio em Puerto Iguazú.
Segundo os cientistas, essa descoberta tem profundas implicações na ecologia deste felino, já que pode causar infestações severas que podem resultar mortais. Por essa razão, os especialistas afirmam que essa descoberta abre novas linhas de pesquisa sobre as interações entre parasitas e hospedeiros.
Além disso, os especialistas acrescentaram que suas implicações não se limitam à onça-pintada, podendo também afetar o gado e animais domésticos. No entanto, mencionam que essa primeira descoberta na onça-pintada é um marco no estudo de larvas e parasitas.
A pesquisa está a cargo da bioquímica Katherina Vizcaychipi, do Instituto Misionero de Biodiversidad (Imibio) e do Instituto de Medicina Tropical (Inmet). Além disso, conta com a intervenção de Güira Olga, o Prem (Fceqyn-Unam), o Instituto de Pesquisa Veterinária da Universidade do Salvador e o Projeto Onça-Pintada.
Com esta descoberta, é possível melhorar a saúde da onça-pintada.[/caption>
Uma descoberta que pode salvar vários exemplares de onças-pintadas
A descoberta ocorreu a partir das amostras obtidas na cavidade nasofaríngea do animal, por meio de diferentes técnicas e cultivos. Foi assim que detectaram a presença do fungo Rhodotorula sp., larvas correspondentes a Cochlimyia hominivorax, que foram encontradas no dorso do animal.
Além de coletar a amostra que revelou a presença do fungo e do parasita na onça-pintada, os especialistas também coletaram outras amostras genéticas com o objetivo de fortalecer o Biobanco de Imibio para continuar auxiliando na conservação do maior felino do continente.
Pequenos, mas perigosos
Não é novidade que os fungos e parasitas podem afetar tanto as onças-pintadas quanto outros animais selvagens. É sabido que esses organismos podem causar diferentes doenças que enfraquecem os animais e os tornam vulneráveis aos seus predadores.
Existem diferentes tipos de parasitas: internos e externos. Os primeiros, conhecidos como intestinais, podem enfraquecer os animais e reduzir sua capacidade de caça. Os segundos, podem causar coceira, irritação e, em alguns casos, anemia ou doenças na pele.
Os fungos tóxicos, por outro lado, podem causar danos no fígado, problemas digestivos e sintomas neurológicos nos animais.