Um relatório feito por cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia da China adverte que a mudança climática poderia aumentar significativamente a frequência de incêndios urbanos nas próximas décadas.
A pesquisa revelou que até o ano de 2100, os incêndios poderiam causar 335.000 mortes e mais de um milhão de lesões relacionadas ao fogo.
A equipe analisou a quantidade de incêndios projetados em 2.847 cidades de 20 países nos próximos 75 anos e concluiu que os desastres causados por incêndios ao ar livre poderiam aumentar em 22,2%. Os especialistas destacaram que se as emissões de gases de efeito estufa continuarem a aumentar, as consequências seriam devastadoras.
Atualmente, os incêndios causam cerca de 50.000 mortes e 170.000 lesões anualmente em nível mundial. Agora, os pesquisadores pretendem compreender como esses números poderiam variar em um contexto de aumento das temperaturas globais.
Detalhes do estudo e projeções regionais
Os especialistas publicaram suas descobertas na revista Nature Cities, destacando que a maioria dos estudos anteriores se concentrou nos incêndios florestais, deixando em segundo plano os incêndios urbanos. Segundo os especialistas, as análises atuais priorizam os incêndios em vegetação mais do que os urbanos, embora estes últimos costumem causar mais vítimas diretas.
Para elaborar o estudo, a equipe criou um banco de dados global sobre incêndios, coletando informações dos departamentos de bombeiros de 2.847 cidades em 20 países durante o período de 2011-2020.
Os incêndios foram classificados em três tipos: incêndios em edificações, em veículos e ao ar livre. Os pesquisadores analisaram como o aquecimento global poderia influenciar na recorrência de cada categoria.
A análise projeta que em um cenário de altas emissões para o ano de 2100, os incêndios em veículos poderiam aumentar em 11,6%, os incêndios ao ar livre em 22,2%, enquanto os incêndios em edifícios poderiam diminuir em 4,6%.
Regiões mais afetadas pelos incêndios urbanos
De acordo com o estudo, algumas regiões seriam mais afetadas do que outras. “A situação em países como Nova Zelândia e Reino Unido é consideravelmente pior, mostrando um aumento de mais de 40%”, apontaram os pesquisadores.
Sob o cenário de altas emissões, estima-se que os incêndios em edifícios no Reino Unido poderiam aumentar cerca de 10%, os incêndios em veículos quase 15% e os incêndios ao ar livre mais de 20%.
Os pesquisadores esperam que essas descobertas ajudem a melhorar as estratégias de mitigação da mudança climática em nível global. “Este estudo pode servir como ponto de partida para desenvolver estratégias resilientes ao clima, como a atualização de padrões de incêndio, a mitigação de impactos humanos, a melhoria da gestão de combustíveis e o aumento da confiabilidade dos veículos”, concluíram.
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