China clona com sucesso um macaco Rhesus pela primeira vez

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Uma equipe de pesquisadores chineses conseguiu clonar com sucesso pela primeira vez um macaco Rhesus, uma espécie cuja biologia se assemelha de forma notável à dos seres humanos e que é amplamente utilizada em pesquisas médicas. Segundo informou a BBC, o exemplar sobreviveu saudável por dois anos, marcando um avanço significativo em uma técnica que até então tinha registrado altos índices de fracasso.

Durante anos, os cientistas tentaram sem sucesso clonar esta espécie: os embriões não chegavam a termo ou as crias morriam poucas horas após o nascimento. O recente feito representa um marco para a comunidade científica chinesa, que já havia clonado macacos no passado, mas considera o macaco Rhesus mais valioso devido à sua proximidade genética com os humanos.

A clonagem consiste em criar uma cópia genética idêntica mediante um embrião implantado em uma mãe sub-rogada. No entanto, essa técnica está envolta em controvérsias. Organizações defensoras dos direitos dos animais, como a Real Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (RSPCA) do Reino Unido, expressaram sua preocupação com o sofrimento que implica para os animais, bem como com a baixa taxa de sucesso, que ronda entre 1% e 3%.

“A RSPCA está profundamente preocupada com o grande número de animais que sofrem nesses experimentos. Os primatas são seres inteligentes e sensíveis, não meras ferramentas de laboratório”, destacou a organização.

O macaco Rhesus clonado com sucesso na China. Foto: Redes sociais.
O macaco Rhesus clonado com sucesso na China. Foto: Redes sociais.

O antecedente da ovelha Dolly

Na União Europeia, a legislação proíbe a clonagem de primatas para fins científicos, exceto em casos excepcionais relacionados a doenças graves que afetem diretamente humanos ou primatas, o que não se aplica ao presente experimento, de acordo com o Science Media Center.

Os responsáveis pelo projeto na China asseguram que possuem a aprovação ética necessária e que sua intenção é aperfeiçoar a técnica para reduzir o número de embriões utilizados. O objetivo, explicam, é avançar no estudo de doenças complexas como o câncer, aproveitando o potencial dos macacos Rhesus como modelos biomédicos.

A notícia reabre o debate sobre a clonagem animal, que teve seu momento mais midiático em 1996 com o nascimento da ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado a partir de uma célula adulta. Desde então, a técnica foi aplicada em pelo menos 20 espécies, mas seu uso em primatas continua gerando profundas divisões éticas.

Macaco Rhesus. Foto: Redes sociais.
Macaco Rhesus. Foto: Redes sociais.

Primeiras crias de um animal clonado em perigo de extinção veem a luz

Em uma demonstração das possibilidades oferecidas pela clonagem para a conservação de um animal em perigo de extinção, cientistas dos EUA conseguiram que nasçam crias de furão-de-patas-negras (Mustela nigripes) a partir de uma mãe clonada. Este furão está seriamente ameaçado de desaparecer do planeta.

A perda de diversidade genética é um dos fatores que favorecem a extinção de uma espécie. No caso do furão-de-patas-negras, todos os exemplares descendem de apenas sete indivíduos, tornando-os vulneráveis a doenças graves.

A mãe clonada, Antonia, e suas clones irmãs, Elizabeth-Ann e Noreen, foram criadas utilizando células congeladas de um exemplar falecido chamado Willa, cujo material genético contém três vezes as variações genéticas dos furões atuais.

Fonte: The Daily Digest.

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