A campanha Antártica Argentina inicia sua atividade número 121 em 19 de novembro, marcando mais de 120 anos de presença nacional ininterrupta no “continente branco”.
Neste contexto, o comodoro da Marinha Maximiliano Mangiaterra destacou no Noticias Ambientales a importância histórica e científica desta missão.
Esta nova campanha Antártica Argentina contará com a participação de 300 cientistas e será realizada sob o marco do Tratado Antártico, que prioriza a atividade científica na região.
Mangiaterra explicou que o Comando Conjunto do Antártico (COCONTAR), por meio do decreto 368/2018 do Presidente, o Ministério da Defesa e em conjunto com as forças armadas, tem a responsabilidade de realizar todas as operações logísticas para o mantimento das bases e a atividade científica.
Além disso, acrescentou: “Nas campanhas antárticas, tanto de inverno como de verão, são mantidos mais de 60 projetos científicos, com a participação de vários grupos de ciência, havendo cerca de 350 cientistas por cada campanha”.
Mangiaterra também mencionou os avanços logísticos, destacando que serão transportados 3.940 metros cúbicos de alimentos e combustível. “Hoje contamos com tecnologias que facilitam a vida na Antártida, mas sempre convido à reflexão sobre o sacrifício e o espírito dos antárticos de antes”, indicou.
Nesse sentido, ressaltou que os invernantes atuais dispõem de roupas especializadas e projetos de hidroponia que permitem o acesso a verduras frescas, um contraste notável com as condições de outrora, onde também havia temperaturas de 40° abaixo de zero.
Em relação à base Petrel, explicou que conta com pistas de pouso em uma superfície plana, facilitando a chegada de aeronaves. “O permafrost, uma espécie de lama congelada, permite a criação dessas pistas”, detalhou. Além disso, indicou que está prevista a construção de um cais para receber embarcações em um futuro próximo.
Por sua vez, comentou que a base Esperanza, que abriga uma escola com 19 alunos, também faz parte da campanha. “Este ano será feita a troca de pessoal, incluindo famílias e professores”, acrescentou. E revelou que a permanência na Antártida costuma ser de 14 meses.
A campanha Antártica Argentina não apenas representa um esforço logístico e científico, mas também um legado de coragem e colaboração internacional em um ambiente hostil.
Por isso, o Comodoro da Marinha concluiu: “Além das sobreposições dos setores de reivindicação soberana, que compartilhamos com o Chile e o Reino Unido, a cooperação internacional no continente antártico é fundamental para a atividade antártica“.