Um século após a identificação do **calamar colossal** como uma nova espécie, os cientistas alcançaram um marco sem precedentes: a primeira gravação de um exemplar vivo em seu ambiente natural. Este evento marca um avanço crucial na [exploração dos mistérios marinhos](https://noticiasambientales.com/ciencia/investigadores-revelan-un-increible-descubrimiento-en-el-fondo-del-mar/).
Durante uma expedição realizada em março, uma equipe do **Instituto Oceânico Schmidt**, a bordo do navio **Falkor**, conseguiu capturar imagens do esquivo cefalópode nas geladas águas do **Oceano Atlântico Sul**, perto das **Ilhas Sandwich do Sul**.
O calamar juvenil, com apenas **30 centímetros de comprimento**, foi filmado a **600 metros de profundidade** por um veículo controlado remotamente. Sua aparência translúcida e sua silhueta inquietante proporcionaram uma perspectiva fascinante sobre uma das criaturas mais enigmáticas do oceano.
## Um mistério das profundezas
Apesar de décadas de pesquisas, ainda se sabe pouco sobre o ciclo de vida do **calamar colossal**. Pescadores encontraram exemplares adultos moribundos, mas nunca havia sido observado um vivo nessas condições extremas.
Segundo especialistas, esta espécie pode atingir **sete metros de comprimento** e pesar até **500 quilogramas**, tornando-se o **invertebrado mais pesado do planeta** e o calamar mais imponente. Conforme crescem, os juvenis perdem sua transparência e adquirem uma tonalidade avermelhada.
Curiosamente, avistar esse animal não fazia parte do objetivo principal da missão. Um porta-voz do **Instituto Oceânico Schmidt** comentou que a equipe embarcou com a intenção de descobrir **nova vida marinha**, não de capturar imagens do calamar colossal.
## Duas novas espécies descobertas em três meses
Esta não foi a única revelação biológica de 2025. Em janeiro, a mesma equipe obteve as primeiras imagens confirmadas do **calamar de cristal glacial**, uma espécie nunca antes vista em seu ecossistema natural. A descoberta ocorreu no **Oceano Austral**, [perto da **Antártida**](https://noticiasambientales.com/ciencia/cientificos-chinos-desarrollan-un-innovador-metodo-para-medir-la-temperatura-de-los-hielos-en-la-antartida/).
Ambos os calamares juvenis apresentaram semelhanças notáveis: corpos transparentes e ganchos afiados nas extremidades de seus tentáculos mais longos. No entanto, ao contrário do calamar colossal, o **calamar de cristal glacial** não possui ganchos no centro de seus oito braços.
A descoberta do **calamar de cristal glacial** ocorreu no **mar de Bellingshausen**, enquanto os cientistas estudavam o leito marinho exposto por um gigantesco icebergue, do tamanho de Chicago, desprendido da plataforma de gelo **George VI**. A revelação permitiu observar um ecossistema oculto, fornecendo informações sobre o impacto da **mudança climática** nos oceanos polares e sobre a vastidão do que ainda é desconhecido em suas profundezas.
## Uma expedição de grande impacto
A missão de **35 dias** que capturou as imagens do calamar colossal fez parte de um esforço conjunto entre o **Instituto Oceânico Schmidt**, a **Nippon Foundation-Nekton Ocean Census** e o **GoSouth**, um projeto de colaboração entre a **Universidade de Plymouth (Reino Unido)**, o **Centro GEOMAR Helmholtz de Pesquisa Oceânica (Alemanha)** e o **British Antarctic Survey**.
O veículo controlado remotamente do Instituto registrou imagens inéditas de pelo menos **quatro espécies de calamares em estado selvagem**, incluindo o **calamar colossal** e o **calamar de cristal glacial**. Outra espécie ainda aguarda verificação.
No entanto, os pesquisadores consideram que essas descobertas são apenas o início de um vasto campo a ser explorado.
*Foto de capa: Schmidt Ocean Institute*