Dengue: o inovador desenvolvimento de especialistas da UBA

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Especialistas de uma cátedra da Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (FAUBA) estão trabalhando em um projeto inovador para combater a dengue.

Baseia-se em eliminar as crias do mosquito que transmite esse vírus e o de outras doenças. Seria uma medida de prevenção “mais sustentável e econômica” para reservatórios de água em instituições, hortas, condomínios fechados ou edifícios.

O projeto contra a dengue

É um projeto com duas espécies de peixes nativos. Mais conhecidos como “madrecitas del agua”, “panzuditos”, “junqueritos” ou “tosqueritos”.

São semeados em piscinas sem uso ou fora de temporada, tanques domiciliares, reservatórios de água de jardins verticais, tanques de coleta de água da chuva para irrigação em hortas ou fontes ornamentais em edifícios.

O desenvolvimento inovador, mais sustentável e preventivo da dengue.
O desenvolvimento inovador e preventivo da dengue. (Foto: captura Instagram- controlbiologico.fauba).

Segundo relataram os especialistas ao jornal La Nación, o desenvolvimento já teria beneficiado cerca de 300.000 pessoas.

“Temos a certeza de que, no reservatório de água onde colocamos esses peixes, nenhuma larva sobrevive. Isso está confirmado”, afirmou Alejandro López, docente da faculdade e coordenador do projeto, com María Boveri, chefe da cátedra de Aquicultura.

Como funciona

Os pesquisadores lembraram que as crias do mosquito Aedes aegypti eclosionam com os primeiros calores do ano, o que ocorre a partir de setembro, com a chegada da primavera.

Esse ciclo se prolonga até dezembro, por isso insistiram na importância de agir nestes momentos e ao longo do ano.

Além disso, considerando que nos últimos anos o mosquito da dengue ampliou suas fronteiras mais ao sul, e a maioria dos casos são autóctones a cada temporada.

É uma solução eficiente e mais natural para a proliferação do mosquito porque evita o uso de inseticidas e outras medidas mais dispendiosas”, disse o coordenador.

“A eficácia do plantio desses peixes é de 100% e o fato de serem espécies autóctones também não é menor, pois isso ajuda a preservar o ecossistema. Dominam o ambiente porque são nativos e não há perigo de se tornarem pragas“, detalhou.

O desenvolvimento sustentável contra a dengue. (Foto: Instagram controlbiologico.fauba).

Como esses peixes atuam contra os mosquitos?

São destinadas a este projeto duas espécies: Jenynsia lineata e Cnesterodon decemmaculatus.

No caso das crias de mosquitos, ele elimina em todas as suas etapas de desenvolvimento: ovo (quando a água os cobre no local onde foram aderidos), larva e pupa. “É um predador especializado. Identifica o alimento, reconhece estímulos e caça“, explicou o pesquisador.

Devido ao seu tamanho, de alguns milímetros até entre 3 e 10 centímetros na idade adulta, recomendam utilizar as madrecitas del agua em reservatórios com 20 litros ou mais, se as condições forem adequadas.

Se o reservatório ou espaço semeados tiverem um uso sazonal, como uma piscina, os peixes podem ser removidos e conservados em um aquário ou devolvidos à faculdade, como já estiveram recebendo exemplares nas últimas temporadas de inverno.

Como solicitar os peixes

Quando começaram a distribuir as madrecitas sem custo, primeiro nas escolas, surgiram consultas e pedidos em massa. Clubes, associações civis e bairros, arquitetos, municípios, hospitais, escolas, condomínios fechados e particulares com fontes, recipientes ornamentais ou tanques australianos.

O projeto começou de forma oficial em 2022 e, desde então, entrega os peixes nativos durante todo o ano, exceto em janeiro.

Funciona sob demanda e é sem custo: é necessário solicitá-los por e-mail para [email protected] ou pela conta do Instagram.

Após o recebimento da solicitação, a equipe envia um formulário com algumas perguntas, imagens e dados necessários. Em seguida, coordenam o dia e horário de entrega, geralmente na faculdade.

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