Nova tecnologia na China conseguiu contar as árvores do país e criar um mapa florestal.

Más leídas

A China alcançou a quantificação da totalidade de suas árvores através de sensores LIDAR (“Light Detection and Ranging”, um sistema que utiliza pulsos de laser para medir distâncias e criar mapas 3D de um ambiente) e algoritmos de inteligência artificial, o que representa um marco no estudo dos recursos florestais e no planejamento ecológico.

Este avanço possibilita obter dados precisos sobre a densidade e distribuição das florestas, oferecendo uma ferramenta crucial para a conservação e gestão ambiental.

Como foram contabilizadas todas as árvores da China?

As informações coletadas foram processadas com um software especializado e complementadas com dados de satélite, gerando um mapa florestal detalhado.

Algumas cifras-chave:

  • Área escaneada: 1.400 km².
  • Resolução: 100 metros por pixel.
  • Quantidade estimada de árvores: 142,6 bilhões, equivalentes a 100 árvores por habitante.

Funcionamento do LIDAR e big data no estudo florestal

A tecnologia LIDAR mede distâncias com grande precisão, permitindo avaliar altura e distribuição das árvores. Aplicado do ar, seu funcionamento é complementado com:

  • GPS diferencial para localizar pontos com precisão.
  • Sistemas de navegação inercial para calcular posições exatas.
  • Software geoespacial Lidar360 para detectar e classificar estruturas vegetais.

O Nono Inventário Nacional de Recursos Florestais (2014-2018) já havia identificado uma alta densidade arbórea, com mais de 1.000 árvores por hectare em muitas regiões. No entanto, o novo modelo oferece maior precisão e capacidade de análise espacial.

Distribuição das florestas na China

O número de árvores não é uniforme no país. Foi identificada uma maior concentração no nordeste e sudoeste, especialmente em províncias como:

  • Sichuan, Yunnan, Guangxi e Heilongjiang (quase um terço do total nacional).
  • Xizang (Tibete) com 1.980 árvores por habitante.
  • Bacias do Yangtzé, sudeste e sudoeste, como as áreas mais arborizadas.
  • Regiões do norte e noroeste, onde a vegetação é escassa devido ao avanço do deserto de Gobi.

Precisão do estudo e limitações técnicas

Apesar de sua grande precisão, os pesquisadores apontam que algumas árvores poderiam não ter sido contabilizadas, especialmente:

  • Árvores pequenas sob copas densas.
  • Cobertura incompleta nos níveis inferiores do dossel vegetal.
  • Falta de integração de dados terrestres no software.

Uma possível solução é combinar os dados aéreos com scanners terrestres, o que aumentaria a resolução vertical e permitiria obter uma imagem mais completa do ecossistema.

Planos da China para sua gestão florestal

O novo mapa florestal tem implicações práticas em projetos ambientais como a Grande Muralha Verde, um cinturão de vegetação destinado a frenar a desertificação do norte da China. Desde 1978, este programa plantou mais de 66 milhões de árvores, com a meta de alcançar 100 bilhões em 2050.

Graças ao LIDAR, as áreas de plantação podem ser selecionadas com maior precisão, permitindo:

  • Avoid repovoamentos em locais com pouca viabilidade ecológica.
  • Selecionar espécies adaptadas ao ambiente específico.
  • Maximizar a taxa de sobrevivência das árvores plantadas.
  • Minimizar o impacto sobre os ecossistemas existentes.

Além disso, este novo mapa permite estimativas mais precisas sobre absorção de carbono, monitoramento da saúde das florestas e planejamento para incêndios, pragas ou secas.

A China fortalece sua posição em iniciativas globais de reflorestamento, como Trillion Tree, que busca plantar um trilhão de árvores em todo o mundo.

Últimas noticias

Sete das principais ameaças globais à biodiversidade estão na Argentina.

Um time internacional de 32 cientistas identificou as **15 questões ambientais** que afetarão a conservação da **biodiversidade do planeta**...

Noticias relacionadas