Proteínas criadas com IA por cientistas podem neutralizar venenos de cobra e salvar vidas

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As mordeduras de serpiente representam um grave problema de saúde pública em muitas regiões do mundo, cobrando mais de 100.000 vidas a cada ano e deixando milhares de pessoas com sequelas permanentes.

Até agora, o único tratamento eficaz foi o uso de soros antiofídicos derivados do plasma de animais imunizados, um método caro e com limitações em sua eficácia. No entanto, um novo estudo publicado na Nature apresenta uma solução inovadora: proteínas projetadas com inteligência artificial capazes de neutralizar as toxinas do veneno de serpente de forma eficaz e acessível.

Usando inteligência artificial e modelos computacionais avançados, os pesquisadores conseguiram projetar proteínas completamente novas para combater as toxinas mais letais do veneno de serpente, conhecidas como toxinas de três dedos (3FTx). Essas toxinas podem causar paralisia e falhas orgânicas ao interferir na comunicação entre nervos e músculos, o que pode levar à morte por insuficiência respiratória.

As proteínas criadas neste estudo se ligam às toxinas 3FTx e as neutralizam antes que possam causar danos no corpo. O mais surpreendente é que essas proteínas foram projetadas do zero, sem se basear em estruturas biológicas pré-existentes, marcando um marco na biotecnologia.

Encontraron 102 serpientes venenosas en el patio de una casa. (Foto: Wikipedia).
Encontraron un nuevo antídoto para neutralizar venenos de serpiente. (Foto: Wikipedia).

Resultados promissores em laboratório

Para avaliar a eficácia dessas proteínas, os cientistas realizaram testes em células e modelos animais com resultados altamente positivos:

  • Neutralização eficaz: As proteínas conseguiram desativar as três principais subfamílias de toxinas 3FTx em testes de laboratório.

  • Alta estabilidade: Mantiveram sua eficácia em diferentes temperaturas, facilitando seu armazenamento e transporte.

  • Proteção em ratos: Em ensaios com ratos expostos a doses letais de neurotoxinas, as proteínas evitaram a morte dos animais, demonstrando seu potencial como tratamento real.

Vantagens em relação aos antivenenos tradicionais

Este avanço poderia revolucionar o tratamento das mordeduras de serpente, especialmente em regiões onde o acesso a antivenenos é limitado. Entre seus principais benefícios destacam-se:

  • Maior eficácia: Projetadas especificamente para neutralizar toxinas perigosas.

  • Menor custo de produção: Podem ser fabricadas em laboratórios sem a necessidade de animais imunizados.

  • Maior estabilidade: Não requerem refrigeração, facilitando sua distribuição em áreas rurais.

  • Menos efeitos adversos: Por não serem derivadas de animais, reduzem o risco de reações alérgicas.

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Um passo rumo a tratamentos mais acessíveis

Este estudo não apenas representa um avanço no tratamento das mordeduras de serpente, mas também abre novas possibilidades para o desenvolvimento de medicamentos acessíveis para doenças negligenciadas. O design computacional de proteínas poderia transformar a medicina, criando terapias inovadoras e econômicas para milhões de pessoas em todo o mundo.

Se os futuros ensaios confirmarem sua eficácia, esta tecnologia marcará o início de uma nova era na luta contra os venenos e outras doenças.

Como é tratado atualmente o veneno de serpente?

Até o momento, o tratamento mais comum para interromper o efeito do veneno de serpente é a administração de soro antiofídico, obtido de animais imunizados, como cavalos, com proteínas específicas presentes nos venenos de cada espécie.

Este antídoto é usado em mordeduras leves, moderadas e graves, com o objetivo de impedir que o veneno se adira aos tecidos. No entanto, esse tratamento pode causar efeitos colaterais como erupções cutâneas, coceira, respiração ofegante, frequência cardíaca acelerada, febre e dores musculares.

Fonte: INVDES.

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