As bactérias estão presentes em quase todos os ambientes da vida cotidiana. Embora seja verdade que algumas são inofensivas ou até benéficas, outras podem representar uma ameaça significativa para a saúde, especialmente quando os antibióticos deixam de ser eficazes.
A cada ano, mais pessoas morrem devido a infecções bacterianas, mesmo quando tratadas com antibióticos. Esta é a razão pela qual o crescente problema da resistência bacteriana fez com que muitos medicamentos perdessem eficácia, deixando os pacientes com poucas ou nenhuma opção de tratamento.
Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, afirmou que a resistência bacteriana aos antibióticos foi diretamente responsável por 1,27 milhão de mortes em nível global, e esteve relacionada a 4,95 milhões de óbitos.
Qual é a diferença entre a resistência aos antibióticos e a resistência aos antimicrobianos?
Como todos os anos, de 18 a 24 de novembro é celebrada a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência aos Antimicrobianos, com o objetivo de conscientizar sobre este problema crítico.
Segundo os especialistas, a resistência aos antibióticos centra-se nas bactérias que desenvolveram imunidade a esses fármacos, enquanto a resistência aos antimicrobianos (RAM) inclui a resistência de vários microrganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas a tratamentos habituais. De fato, a falta de opções terapêuticas pode fazer com que doenças tratáveis, como infecções urinárias, se tornem mortais.
A bactéria Klebsiella pneumoniae é uma das mais perigosas. Foto: Wikipedia.
As bactérias mais perigosas, de acordo com a ciência
De acordo com os especialistas, estas são as bactérias mais perigosas do mundo:
Klebsiella pneumoniae
É comum encontrar essa bactéria presente nos intestinos humanos; no entanto, pode causar infecções graves como pneumonia, septicemia e meningite. De fato, nos hospitais, essa bactéria pode se tornar uma “superbactéria”, resistente até mesmo aos antibióticos de última linha, como os carbapenêmicos.
Escherichia coli (E. coli)
Embora muitas cepas sejam inofensivas, outras podem provocar infecções urinárias, pneumonia, diarreia e sepse. A presença dessa bactéria em água e alimentos contaminados continua sendo um problema recorrente no dia a dia.
Acinetobacter baumannii
Esse patógeno está relacionado a infecções adquiridas em hospitais. É especialmente perigoso para pacientes imunodeprimidos, sem mencionar que apresenta resistência crescente aos carbapenêmicos.
Mycobacterium tuberculosis
Essa bactéria é a causadora da tuberculose, uma doença pulmonar potencialmente mortal. As cepas multirresistentes complicam o seu tratamento. Em 2023, essa doença causou 1,25 milhão de mortes, sendo novamente uma das principais causas de mortalidade global.
A bactéria Escherichia coli se propaga através dos alimentos. Foto: Wikipedia.
Salmonella Typhi
Responsável pela febre tifoide, essa bactéria pode afetar principalmente comunidades com condições sanitárias deficientes. Além disso, é resistente às fluoroquinolonas, um grupo importante de antibióticos.
Shigella
Com quatro variantes principais (S. sonnei, S. flexneri, S. boydii e S. dysenteriae), essa bactéria pode causar diarreia severa e febre. Além disso, sua propagação pode ocorrer através de alimentos, água contaminada e até por contato sexual, sendo resistente a múltiplos medicamentos.
Enterococcus faecium
Parte da microbiota intestinal, essa bactéria pode causar graves infecções em pessoas vulneráveis. Além disso, é resistente à vancomicina, também utilizada contra infecções por estafilococos.
Pseudomonas aeruginosa
Frequentemente associada a infecções hospitalares, afeta pacientes com sistemas imunológicos enfraquecidos. É multirresistente e difícil de tratar mesmo com antibióticos de amplo espectro.
Bactéria Acinetobacter baumannii. Foto: Wikipedia.
Pelos possíveis riscos que representam, a crescente resistência bacteriana destaca a necessidade urgente de desenvolver novos tratamentos e de utilizar os antibióticos atuais com maior precaução para preservar a sua eficácia.
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