A Índia está construindo a maior central elétrica de energia renovável do planeta na região de Khavda, no estado de Gujarat.
A empresa Adani Green Energy Limited (AGEL) planeja instalar nesta zona desértica de 538 quilômetros quadrados cerca de 60 milhões de painéis solares e 770 turbinas eólicas.
O objetivo é produzir 30 GW de potência elétrica até 2029, quase o dobro do que produz atualmente a maior planta do mundo.
Embora a planta de Khavda ainda não esteja concluída, já está gerando grandes quantidades de energia. “Hoje, podemos produzir até 11 GW de eletricidade”, afirma Maninder Singh Pental, vice-presidente da Adani Green Energy. “Em 2029, poderemos produzir até 30 GW”.
Se esse objetivo for alcançado, a central elétrica de Khavda ultrapassará a usina hidrelétrica das Três Gargantas, na China, que tem uma capacidade de 18 GW, e se tornará o maior centro de produção de eletricidade renovável do mundo.
Infraestrutura e Tecnologia Inovadora
Até agora, foram construídas as infraestruturas mais importantes, como estradas e pontos de conectividade. O projeto inclui também a construção do maior aerogerador terrestre da Índia, com uma capacidade de 5,2 megawatts, módulos solares fotovoltaicos bifaciais e sistemas de rastreamento horizontal de um eixo. Além disso, a AGEL implementará um sistema de inteligência artificial para monitorar o funcionamento de toda a instalação em tempo real.
Quando concluída, a planta de Khavda poderá fornecer energia para 16,1 milhões de lares, o que contribuirá significativamente para as ambições energéticas da Índia. Segundo um relatório da Agência Internacional de Energia, o país deverá “quase triplicar sua capacidade renovável de 2022 até 2030”.
Desafios e Futuro da Energia Renovável na Índia
O projeto enfrenta desafios devido a um recente escândalo que ameaça reduzir os investimentos futuros. O fundador da empresa, Gautam Adani, e vários subordinados foram acusados de fraude e suborno pela empresa francesa TotalEnergies, que detém 20% da planta de Khavda. A TotalEnergies comunicou que não fará novos investimentos nas empresas do grupo indiano até que esses eventos sejam esclarecidos.
A Índia continua a gerar a maior parte de sua eletricidade a carvão, que representa 70% da produção.
“Se a Índia seguir o mesmo caminho que a China, a Europa e os Estados Unidos, teremos um futuro climático muito sombrio”, adverte Sagar Adani, sobrinho de Gautam Adani. No entanto, o grupo Adani é um dos maiores importadores e produtores de carvão na Índia, o que contribui para esse problema.
O plano da AGEL conta com o apoio do Primeiro Ministro indiano, Narendra Modi, que prometeu que as fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, contribuirão com 50% das necessidades energéticas da Índia até o final desta década.
O governo indiano estabeleceu a meta de 500 gigawatts de capacidade de geração de eletricidade limpa até 2030, e a nova planta aspira a fornecer pelo menos 9% desse total.
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