Investigadores da Academia Chinesa de Ciências conseguiram melhorar significativamente a eficiência na produção e conversão de água em hidrogênio por meio do uso de luz solar, estabelecendo um novo recorde na dissociação fotocatalítica da água.
Este avanço representa um passo crucial na geração de energia limpa, reduzindo a dependência de equipamentos caros e complexos.
Dois métodos para a produção de hidrogênio solar
Atualmente, a produção de hidrogênio com energia solar se baseia em dois enfoques:
- Eletrólise da água a partir de energia solar, utilizando painéis fotovoltaicos.
- Divisão direta da água com materiais semicondutores, onde certos catalisadores separam as moléculas sob a luz solar.
A chave do avanço está na melhoria do dióxido de titânio, um material capaz de gerar pares elétron-buraco ao receber luz solar, facilitando a separação de hidrogênio e oxigênio.
Reestruturação do material com escândio
A equipe de pesquisa, liderada por Liu Gang, abordou as limitações do dióxido de titânio, como a rápida recombinação de elétrons e buracos, introduzindo escândio em sua estrutura. Este elemento de terras raras:
- Neutraliza o desequilíbrio de carga causado pela perda de oxigênio.
- Elimina as zonas de armadilha que capturam elétrons.
- Melhora a estrutura do cristal, permitindo um fluxo mais eficiente de elétrons.
Resultados e potencial de aplicação
Graças à reconfiguração do material, a eficiência aumentou significativamente:
- Aproveitamento da luz ultravioleta superior a 30%.
- Produção de hidrogênio 15 vezes mais eficiente que materiais anteriores.
- Geração de até 10 litros de hidrogênio por metro quadrado em um dia ensolarado.
Um novo horizonte para a energia renovável
Este desenvolvimento abre a porta para soluções mais acessíveis para a produção de hidrogênio, um elemento-chave na transição para energias limpas e sustentáveis. Sua publicação no Journal of the American Chemical Society marca um marco na pesquisa energética, com grandes implicações para a indústria e para a luta contra as mudanças climáticas.
Foto de capa: Xinhua