Bioconstrução: a empresa argentina que trocou o cimento por palha de trigo

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A bioconstrução e as alternativas mais respeitosas com o ambiente estão ganhando cada vez mais espaço na indústria. O caso de Carolina Pérez Taboada, engenheira civil, é um exemplo de uma mudança completa de perspectiva nessa linha.

Embora tenha se dedicado muitos anos à construção tradicional, há cerca de dois anos, uma inquietação a fez repensar sua maneira de trabalhar.

Foi assim que nasceu “La Tercera Piel”, seu projeto dedicado ao fornecimento de painéis pré-fabricados de madeira e palha para construção a seco.

Bioconstrução: os elementos utilizados pela La Tercera Piel

Segundo Pérez Taboada relatou ao site Bichos de Campo, sua empresa trabalha sob demanda e, a partir de cada projeto recebido, eles projetam uma proposta técnica de modulação com todos os painéis estruturais a serem utilizados.

Matérias-primas. (Foto: La Tercera Piel). Matérias-primas. (Foto: La Tercera Piel).

Uma vez que sua fábrica localizada em Moreno os fabrica, eles podem ser montados sobre fundações de concreto em poucos dias.

“Não está nos planos de estudo clássicos”, descreveu ao se referir ao seu caminho de pesquisa no setor.

Ou seja, mesmo ela, que é engenheira, mestre em tecnologias urbanas sustentáveis e professora de graduação e pós-graduação na Faculdade de Engenharia da UBA, teve que se aprofundar muito no campo para poder se dedicar ao que gosta.

Trabalham com fardos de palha de trigo e dois tipos de madeira, Eucalipto Grandis estrutural ou Pinus Elliottis seco em estufa. A escolha entre um ou outro depende de uma etapa-chave para a bioconstrução, que é o design bioclimático.

Como o objetivo principal é a economia de energia e eficiência no uso de materiais, não se pode projetar a mesma casa ou edifício para a Pampa Úmida e para a Patagônia.

A La Tercera Piel não completa o processo, apenas inicia, pois fornece os painéis e realiza o cálculo estrutural com base no regulamento CIRSOC 601, o que garante a aprovação da obra.

O detalhe

Os painéis. Assim são os painéis.

Outro ponto positivo é que os painéis, por serem feitos com base em palha de trigo, têm uma umidade inferior a 15% e nenhum valor nutricional. Isso é fundamental para evitar a concentração de pragas, fungos ou insetos.

No interior, é possível passar tubos, se desejado, mas seria um erro grave cobri-los com misturas de cimento porque, ao impermeabilizar, concentrariam mais líquidos.

Aí ressurge a necessidade de ter mão de obra especializada e de matéria-prima adequada, pois os parafusos estruturais, por exemplo, são importados.

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