Biofábricas e agroecologia: a alternativa sustentável que cresce em La Plata

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Docentes e estudantes da Faculdade de Ciências Agrárias da UNLP validam os saberes agrícolas tradicionais e elaboram biopreparados a partir da primeira Biofábrica habilitada em Buenos Aires.

Dessa forma, eles fortalecem a transição agroecológica no cinturão florihortícola de La Plata.

Esta iniciativa recebeu a primeira habilitação do Registro de Biofábricas provincial (ReBio), tornando-se uma referência para a construção de uma rede de produção de bioinsumos, diante do avanço do agronegócio.

A primeira biofábrica habilitada em Buenos Aires

Em fevereiro de 2025, a Biofábrica Escola da UNLP tornou-se a primeira a obter autorização provincial para a produção, distribuição e comercialização de biopreparados.

A habilitação foi concedida pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário, com base na Resolução 214/2023, que reconhece essas substâncias como:

  • Bioestimulantes e bioenraizadores.
  • Biofungicidas e bioinsecticidas.
  • Biorepelentes e biofertilizantes.

O próximo objetivo é auxiliar 30 biofábricas em processo de formalização, fortalecendo a produção agroecológica na Grande La Plata.

Uma rede agroecológica em expansão

Desde 2011, a Biofábrica Escola acompanha a transição de agricultores familiares, reduzindo a dependência de insumos dolarizados de grandes empresas.

Atualmente, abastece 300 unidades produtivas, incluindo:

  • Horticultura e floricultura na Grande La Plata.
  • Vinhedos em Berisso.
  • Pecuária em Magdalena e Punta Indio.
  • Produtores de trigo no sudeste da província de Buenos Aires.

Impacto nos produtores floricultores

Para os produtores, o uso de biopreparados tem sido uma diferença crucial em suas culturas.

O uso de biopreparados tem permitido:

  • Economizar 40% nos custos de produção.
  • Melhorar a qualidade e comercialização.

Entre os mais utilizados estão:

  • Pó de urtiga (fertilizante e estimulante de crescimento).
  • Supermagro (nutriente de amplo espectro).
  • Rabo de cavalo (fungicida e inseticida).
  • Sulfocálcico (fungicida e acaricida).

Produção e comercialização

Os biopreparados são distribuídos em recipientes de até cinco litros, com preços entre 7.000 e 15.000 pesos.

Cada produto é concentrado, com uma diluição de 5% a 10% por litro de água, aplicável por irrigação ou aspersão.

A equipe da Biofábrica Escola, composta por três professores e cinco estudantes, produz entre 200 e 400 litros semanais, com um estoque de até seis meses.

Regulação e desafios políticos

Em 2024, o governo nacional revogou a Resolução 1003/23 do Senasa, que regulamentava a comercialização de biopreparados em escala artesanal.

Essa norma era fundamental para que os agricultores familiares pudessem aumentar sua produção e se libertar dos insumos do agronegócio.

Paralelamente, permaneceu em vigor a Resolução 1004/23, que favorece a produção de bioinsumos por parte de grandes empresas, como Bayer, Syngenta e Corteva.

Globalmente, essas empresas têm promovido o greenwashing, oferecendo uma “linha verde” sem modificar seu modelo dependente de insumos industriais.

A agroecologia a partir da universidade

A UNLP promove a agroecologia por meio de:

  • Feiras agroecológicas nas faculdades.
  • La Justa, uma comercializadora de produtos locais.
  • Biofábrica Escola, como espaço de validação do conhecimento camponês.

A universidade pública demonstra que a agroecologia não é apenas uma alternativa produtiva, mas uma resposta científica e tecnológica</strong a favor da soberania alimentar.

Foto da capa: Biofábrica UNLP

*Com informações da Agência Tierra Viva

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