Em Ayacucho, Peru, a tecnologia se funde com a natureza para levar luz a quem mais precisa. Hernán Asto Cabezas, um jovem empreendedor e visionário, conseguiu desenvolver um sistema revolucionário que gera eletricidade vegetal, utilizando plantas. Este avanço, que já ilumina lares e ruas em comunidades rurais, está marcando um marco na luta pelo acesso à energia sustentável.
O inovador dispositivo, chamado Alinti, combina a energia da fotossíntese, microorganismos do solo e painéis solares. Seu nome é uma fusão das palavras ali (planta em aymara) e inti (sol em quéchua), refletindo sua conexão com a natureza e as raízes culturais do criador.
Durante a fotossíntese, as plantas produzem resíduos que interagem com os microorganismos do solo, gerando elétrons. Esses elétrons são capturados por eletrodos inseridos em uma microcélula de três níveis. A eletricidade resultante é armazenada em uma bateria conectada a um sistema fotovoltaico que reforça a carga durante o dia.
Este sistema é capaz de iluminar residências e carregar dispositivos móveis com uma bateria de 10 amperes. De acordo com seu inventor, cada unidade de Alinti pode fornecer entre 6 e 8 horas de iluminação ou recarregar dois telefones celulares. Isso o torna uma solução eficiente e acessível para as famílias que vivem em áreas sem acesso à rede elétrica.
Alinti, um novo método de produção de energia. Fotos: Redes sociais.
Do lar para a iluminação pública: Gleam, a evolução de Alinti
A inovação não parou nas residências. Alinti evoluiu para Gleam, um sistema projetado para iluminação pública que combina sustentabilidade e eficiência. Esta versão incorpora sensores de movimento, ativando as luzes apenas quando detecta pessoas caminhando pela área, otimizando o uso de energia.
Cada município pode regular o nível de iluminação de acordo com suas necessidades. Atualmente, Gleam já está sendo utilizado em Ayacucho e se expande para outras regiões do país, com potencial para cruzar fronteiras para países vizinhos.
A origem humilde e criativa de um inventor
Hernán Asto não teve uma infância fácil. Criado em uma família de recursos escassos, estudou à luz de uma vela e enfrentou inúmeras adversidades. No entanto, isso não o deteve, permitindo que seu engenho e criatividade florescessem desde jovem, destacando-se em concursos de ciência com invenções práticas, como um sistema para levantar panelas pesadas.
Sua paixão pela pesquisa o levou a descobrir uma planta conhecida como Flor de Mariposa ou Leche-Leche, cuja fibra era mais fina que o algodão. Esta iniciativa lhe rendeu o primeiro lugar na Feira Nacional de Ciência e Tecnologia (FENCYT) e consolidou sua decisão de se dedicar à ciência e à inovação.
Hernán Asto, criador de Alinti. Foto: Redes Sociais.
Eletricidade vegetal, uma visão para o futuro
Após anos de testes e sacrifícios, Hernán apresentou Alinti, com o sonho de levar uma forma de iluminação limpa, natural e acessível tanto para áreas rurais quanto urbanas. Atualmente, sua tecnologia está sendo testada em áreas urbanas como San Isidro e a Costa Verde, em Lima, demonstrando sua versatilidade e potencial em cidades modernas.
Com mais de três milhões de pessoas sem acesso à eletricidade no Peru, Hernán ergue a voz por uma mudança: “Não pode ser que em pleno século XXI as pessoas vivam sem luz. Necesitamos cidades sustentáveis que priorizem a eletricidade para todos”.
O impacto da eletricidade vegetal
O sistema desenvolvido por Hernán não apenas ilumina lares e ruas, mas também é um símbolo de como a inovação pode transformar vidas. Alinti é mais do que um dispositivo: é uma ponte para um futuro mais sustentável, onde tecnologia e natureza trabalham juntas para fechar as lacunas no acesso à energia.
Com essa abordagem, Hernán Asto e sua equipe estão iluminando não apenas comunidades, mas também o caminho para um planeta mais limpo e equitativo.
Criador de Alinti. Foto: Redes Sociais.
O que são energias renováveis e quais são seus benefícios?
As energias renováveis são fontes de energia obtidas de recursos naturais, como o sol, o vento, a água ou a biomassa, e têm vários benefícios:
- São inesgotáveis e se renovam mais rapidamente do que são consumidas.
- Não produzem gases de efeito estufa nem emissões poluentes, portanto, não afetam as mudanças climáticas.
- Ajudam a cuidar do meio ambiente e a reduzir a poluição do ar.
- São uma alternativa sustentável às energias provenientes de fontes fósseis, como o carvão e o petróleo.
- Geram empregos diretos e indiretos.
- Reduzem o custo dos serviços municip