A Declaração sobre a Paz com a Natureza: “Outra oportunidade perdida na COP16”

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Colômbia lançou oficialmente, no âmbito da COP16 de biodiversidade, uma Declaração de Paz com a Natureza. Com sede em Cali, um evento que reuniu líderes mundiais e mobilizou milhares de pessoas, coloca no centro a crise climática e sua incidência nas espécies que habitam o mundo.

A coalizão será lançada oficialmente na terça-feira no segmento de alto nível da COP16, onde líderes de todo o planeta poderão mostrar seu apoio. Diante disso e do documento divulgado, a Iniciativa Common analisou e emitiu algumas observações.

Em que consiste a Paz com a Natureza

cop16 A declaração foi feita na COP16. (Foto: EFE).

Esta iniciativa busca abordar conjuntamente os desafios das mudanças climáticas, da perda de biodiversidade e da poluição, conforme informado no comunicado oficial da COP16.

Foi denominada “A Coalizão Paz com a Natureza marca um marco na COP16“.

“Esta coalizão chama a fazer uma mudança de relação profunda com a natureza e, portanto, não é uma declaração de tipo técnico, mas sim uma declaração política, porém com raízes profundas”, afirmou Muhamad.

Declaração de paz com a natureza: as observações da Common

“Embora não seja possível presumir quais resultados a coalizão obterá, somos muito céticos de que consiga algo significativo”, observaram desde a Iniciativa Common.

E agruparam, como parte de um extenso documento, três razões amplas:

1. Não acrescenta nenhum valor em termos de conteúdo em comparação com o CDB, o KMGBF ou a Agenda 2030.

“A declaração não contém nenhuma novidade (exceto um quadro em torno da paz, mas veja o próximo ponto) em comparação com os marcos políticos existentes sobre sustentabilidade, ou mesmo biodiversidade mais especificamente”, expressaram.

“No melhor dos casos, parafraseia em uma linguagem menos precisa os compromissos adquiridos no KMGBF”.

COP16 de Biodiversidade A COP16 de Biodiversidade está sendo realizada na Colômbia.

2. Um quadro sob a paz que não tem nenhuma conexão, nem mesmo de espírito, com o direito internacional humanitário.

“A declaração não reflete o fato de que o meio ambiente não deve ser usado como meio de guerra, nem lembra as responsabilidades e obrigações dos países em relação à proteção do meio ambiente durante os conflitos armados”, afirmaram.

3. A declaração não está criando as condições para a paz

“A construção da paz não pode ser uma barra livre, tem que reunir atores verdadeiramente comprometidos com a implementação das medidas que permitam uma paz verdadeiramente duradoura”, argumentaram.

“E, portanto, uma coalizão pela paz deve estabelecer requisitos e limitações claros sobre quem pode se juntar e quem não pode”, enfatizaram.

Nesse sentido, indicaram: “Em seu estado atual, a coalizão pode acolher países e atores envolvidos em conflitos armados ou que os apoiam (direta ou indiretamente)”.

Além disso, explicaram que não se concentra em resolver a questão conflituosa-chave do CDB: reformar as economias para mobilizar o financiamento da biodiversidade de forma que as desigualdades globais e internas sejam reduzidas.

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