6 anos de derramamentos de petróleo no Golfo do México permanecem impunes

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Em seus mais de 11.000 quilômetros de costa, **México** enfrenta os impactos das atividades humanas. Um dos maiores riscos, especialmente no **Golfo do México**, é a [exploração de hidrocarbonetos](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/trump-quiere-revertir-la-proteccion-de-especies-para-avanzar-en-la-explotacion-del-petroleo/) e os derramamentos de petróleo.

Ao longo da história da indústria petrolífera, foram registrados **numerosos desastres** no litoral mexicano que tiveram consequências devastadoras em termos ambientais, sociais e econômicos. Apesar de sua triste fama, é um problema ainda não resolvido.

Anos de derramamentos não reportados

Seis anos de **contaminação por petróleo** no México revelam um cenário no qual os **derramamentos no Golfo** não foram informados pelas empresas responsáveis nem sancionados pelas autoridades.

Esses derramamentos ficam impunes porque as empresas petrolíferas não os reportam e as autoridades não os detectam ou não agem em conformidade. A **falta de transparência e regulação** eficaz permite que a contaminação continue sem consequências legais ou econômicas para os responsáveis.

É importante lembrar que um derramamento de petróleo é a **liberação acidental ou intencional de hidrocarbonetos líquidos** no meio ambiente, geralmente em corpos d’água como oceanos, rios ou lagos.

Esses derramamentos podem ocorrer devido a falhas em plataformas petrolíferas, oleodutos, navios-tanque ou poços de extração e representam uma séria ameaça ambiental. Eles contaminam a água, afetam a vida marinha e prejudicam os ecossistemas costeiros. Além disso, a limpeza costuma ser cara e complicada, especialmente se não for realizada imediatamente.

Causas e consequências no Golfo do México

O Golfo do México é uma das principais **áreas de extração de petróleo** no México, com plataformas marítimas e oleodutos operando constantemente. A combinação de intensa atividade, infraestrutura envelhecida, riscos operacionais e supervisão deficiente facilita a ocorrência de derramamentos não reportados.

**Imagens de satélite** revelaram que durante pelo menos seis anos vazamentos de petróleo não reportados pelas empresas foram registrados. Isso agrava a **crise ambiental** na região.

Esses derramamentos de petróleo não reportados no Golfo do México são principalmente atribuíveis à **Petróleos Mexicanos (Pemex)**. Pemex é a empresa estatal responsável pela exploração e produção de hidrocarbonetos na região.

Investigações recentes revelaram que, entre janeiro de 2018 e julho de 2024, manchas de petróleo foram identificadas em 74 meses; no entanto, em 44 desses meses (60%), **não há relatórios oficiais de derramamentos**.

Além disso, foi documentado que a Pemex não informou a Agência de Segurança, Energia e Meio Ambiente (ASEA) sobre 61% dos acidentes petrolíferos ocorridos no Golfo do México entre 2018 e 2023. Enquanto a Pemex reportou 23 incidentes nesse período, a ASEA só recebeu notificação de nove deles.

A falta de transparência e a subestimação dos volumes derramados dificultam a implementação de **medidas corretivas e sanções adequadas**, perpetuando a impunidade nesses casos.

O pior derramamento de petróleo da história no Golfo do México

Em 20 de abril de 2010, a plataforma marítima **Deepwater Horizon** da empresa britânica British Petroleum explodiu ao largo da costa da Louisiana, causando a morte de 11 trabalhadores.

Dois dias depois, em 22 de abril, a plataforma, uma cidade flutuante onde trabalhavam cerca de 200 pessoas, afundou para sempre. Isso rompeu os tubos submersos de petróleo, gerando o **maior derramamento de petróleo** na história dos Estados Unidos e um [desastre ecológico sem precedentes](https://noticiasambientales.com/medio-ambiente/corales-del-golfo-de-mexico-continuan-afectados-por-derrame-de-petroleo-de-hace-13-anos/) na região do Golfo do México.

derrames de petróleo
Aviões sobrevoam os incêndios causados pelo derramamento do ‘Deepwater Horizon’ no Golfo do México, em 19 de maio de 2010. Guarda Costeira John Kepsimelis / Reuters

O petróleo se espalhou pelas águas do Texas, Louisiana, Alabama, Mississippi e norte da Flórida, afetando não apenas a vida marinha, mas também as **economias costeiras** do sudeste do país. Além disso, foi relatado que resíduos do petróleo derramado chegaram às **costas da África**.

A **explosão da plataforma** foi seguida por um caos absoluto no ambiente ecológico. Embora a British Petroleum (BP) tenha sido obrigada a pagar indenizações de quase 19 bilhões de dólares e tenha tentado conter o derramamento por meses, o petróleo contaminou 2.000 quilômetros de costa onde **pelicanos, golfinhos, baleias e tartarugas estavam cobertos de óleo**.

Consequências do derramamento da Deepwater Horizon

Um relatório publicado pela Oceana, uma das maiores ONGs para a **conservação dos oceanos**, aponta que nos cinco anos seguintes à explosão, a população de **baleias Bryde** diminuiu 22%, e algumas populações de peixes, camarões e lulas diminuíram 85%. Além disso, relatou-se a morte de 800.000 aves, 170.000 **tartarugas** e mais de 8 **milhões de ostras**.

Estima-se que a **indústria pesqueira** tenha perdido 1 bilhão de dólares e o setor turístico mais de 500 milhões. O governo dos Estados Unidos calculou que 227 milhões de litros de petróleo permaneceram no meio ambiente por anos.

*Foto de capa: Planet Labs Inc*

Com informações da Mongabay.

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