Um estudo recente alertou sobre o tratamento das águas residuais na Argentina. De acordo com os resultados, apenas 36,5% recebe o tratamento adequado.
Além disso, apontou que um em cada dez argentinos não tem acesso à água potável (9,9%).
O relatório foi elaborado pela Frost & Sullivan, em colaboração com a IFAT Brasil (Feira Internacional de Água, Águas Residuais, Drenagem e Soluções de Recuperação de Resíduos).
### Águas residuais na Argentina: as cifras
Segundo a análise, além do fato de que o tratamento adequado dessas águas não chega a metade do que é despejado, a perda de água no processo de distribuição atinge 40%.
No entanto, o país se destaca no tratamento da rede de águas residuais, disponível para 99,62% da população.
O tratamento das águas residuais e os números da Argentina.
“Apesar do alto percentual de acesso a instalações sanitárias melhoradas, 6 em cada 10 argentinos ainda não recebem um tratamento seguro, afetando não apenas a economia e o desenvolvimento sustentável da Argentina, mas também a saúde da população”, disse Rolf Pickert, CEO da Messe Muenchen do Brasil, organizador da IFAT Brasil.
Trata-se da maior feira internacional de tecnologias ambientais da América Latina. “Esperamos que a divulgação dessas informações seja o ponto de partida para a reestruturação de políticas públicas e novos investimentos no setor”, acrescentou.
Para Fredrick Royan, líder da Área de Prática Global para Sustentabilidade e Economia Circular (SCE) na Frost & Sullivan, o estudo fornece dados detalhados sobre a Argentina e outros países da América do Sul, o que ajuda a obter “dados confiáveis e em tempo real“.
Isso é essencial para “melhorias de eficiência, bem como para a tomada de decisões informadas, afetando os processos relacionados à água, energia e materiais”.
### Os ganhos e oportunidades
Além de destacar esses números, o relatório também ressalta que os ganhos gerados no mercado de água e águas residuais da Argentina atingiram US$ 4,43 bilhões em 2022.
O 71% desse montante vem do setor municipal, enquanto o outro 29% do setor industrial.
Para 2025, o país projeta um Produto Interno Bruto (PIB) de 574,2 bilhões de dólares, com expectativa de crescimento de 24,3% até 2029, atingindo 713,9 bilhões de dólares. Isso segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
Nesse sentido, reflete o potencial do mercado interno e as oportunidades para o setor de tratamento de água e saneamento. A economia local se divide em 53,1% do PIB proveniente do setor de serviços, 25,1% da indústria e 5,9% da agricultura.
Os perigos da contaminação da água.
Por isso, os autores do relatório destacaram especificamente a necessidade de expandir a infraestrutura, para reduzir o desperdício na distribuição, e buscar atingir a meta de expansão no tratamento de águas residuais.
“Abrem caminho para projetos de modernização e expansão das redes de distribuição e tratamento“, afirmaram.
### Por que o tratamento adequado é fundamental
Tratar adequadamente as águas residuais é fundamental para proteger a saúde humana e ambiental. Sem tratamento, elas podem contaminar a água e transmitir doenças. Nesse sentido, alcança-se:
– Evitar problemas de saúde pela exposição a substâncias tóxicas, pesticidas, resíduos e outros contaminantes.
– Reduzir o risco de contrair doenças transmitidas pela água, como cólera e febre tifoide.
– Conservar o ciclo da água.
– Proteger a vida aquática.
– Reduzir a poluição de rios, lagos e oceanos.
– Diminuir a proliferação descontrolada de algas fitoplanctônicas nos lagos.
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