“Conteúdo Sensível”: a campanha que expõe os impactos da pesca de arrasto no Mar Argentino

Más leídas

A Fundação Sem Azul Não Há Verde lançou a campanha audiovisual “Conteúdo Sensível” com o objetivo de visibilizar os efeitos menos conhecidos e mais prejudiciais da pesca de arrasto em no Mar Argentino.

Através de imagens reais e dados documentados, a iniciativa busca mostrar o que acontece fora do foco público, revelando o impacto de uma atividade legal e difundida, mas que apresenta sérios riscos para a biodiversidade marinha.

Os eixos da campanha: problemáticas ambientais no Mar Argentino

A campanha abordará diversas preocupações relacionadas com a indústria pesqueira, incluindo:

  • Sobrepesca de tubarões, como o gatuzo, cuja população diminuiu drasticamente.
  • Contaminação por plásticos derivados da pesca, como as redes fantasmas, que continuam capturando a fauna marinha por anos.
  • Captura incidental de espécies ameaçadas, incluindo cetáceos como a toninha overa e o golfinho franciscana.

“Sabemos que não é fácil de ver. Mas se dói ver, imagine viver isso debaixo d’água”, expressaram desde Sem Azul Não Há Verde, destacando a importância da iniciativa.

A pesca de arrasto e seu impacto na biodiversidade

Um dos temas centrais da campanha é a pesca de arrasto, uma técnica que consiste em arrastar grandes redes pelo fundo marinho, gerando:

  • Alta captura incidental, afetando espécies sem valor comercial mas essenciais no ecossistema.
  • Destruição de habitats bentônicos, prejudicando a biodiversidade a longo prazo.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), essa prática representa uma das principais ameaças para a vida marinha.

Dados que sustentam a campanha

Diferentes estudos alertaram sobre as consequências dessas práticas pesqueiras. Por exemplo:

  • A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classificou o gatuzo como vulnerável à extinção.
  • Em 2023, cientistas do CONICET alertaram que a pressão pesqueira sobre o gatuzo é insustentável em várias áreas do Atlântico Sudoeste.
  • Um estudo publicado em Science Advances, liderado por Wilcox et al., demonstrou que as redes fantasmas são uma das formas mais letais de contaminação plástica marinha, afetando aves, tartarugas, mamíferos e peixes.

Além disso, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que 300.000 cetáceos morrem anualmente por enredamentos acidentais em redes de pesca, incluindo espécies que habitam o Mar Argentino.

Visibilizar sem demonizar

A campanha não busca demonizar a indústria pesqueira, mas sim gerar um debate informado sobre a necessidade de uma gestão sustentável dos recursos marinhos.

“O material aborda diretamente diversas problemáticas relacionadas com o Mar Argentino e a indústria pesqueira”, explicaram desde a Fundação.

Com publicações constantes nas redes sociais e evidência científica respaldando a iniciativa, “Conteúdo Sensível” busca sensibilizar a população sobre o impacto da pesca industrial, promovendo medidas de conservação e políticas públicas eficazes.

Últimas noticias

Zimbabué coloca seus elefantes sob controle: entre a ameaça e a esperança

Nas aldeias próximas ao Parque Nacional Hwange, no Zimbábue, a convivência com elefantes faz parte da rotina diária, por...

Noticias relacionadas