Denúncia de publicidade enganosa na venda de ovos na Argentina

Más leídas

Uma investigação da ONG internacional Sinergia Animal revelou que a empresa “Huevo Feliz” utiliza práticas de criação que contradizem a imagem de bem-estar animal que projeta em sua publicidade. As imagens obtidas mostram galinhas confinadas em gaiolas em bateria, um sistema criticado pelo seu impacto negativo no bem-estar das aves.

O estudo expõe uma problemática recorrente na indústria avícola argentina, onde 90% das galinhas poedeiras são criadas em gaiolas em bateria, apesar de esse método ter sido proibido em vários países por sua crueldade. A Argentina é o segundo maior consumidor de ovos per capita no mundo e, no entanto, os consumidores têm pouca informação sobre a origem do produto que adquirem.

Segundo a Sinergia Animal, a publicidade da “Huevo Feliz” sugere que suas aves desfrutam de liberdade, o que contradiz a realidade documentada. “É enganoso que uma empresa se autodenomine ‘Huevo Feliz’ quando mantém suas galinhas enjauladas, impedindo-as de se mover livremente”, afirmou Romina Viscarret, diretora da ONG na Argentina.

Diante dessa situação, a Sinergia Animal e a Associação Coordenadora de Usuários, Consumidores e Contribuintes (ACUCC) impulsionam um projeto de lei para exigir um etiquetado obrigatório nas embalagens de ovos. A iniciativa busca proibir o uso de imagens ou termos que induzam ao erro sobre o sistema de produção. Além disso, propõe que as etiquetas especifiquem se os ovos provêm de galinhas em gaiolas, em sistemas livres de gaiolas, de produção pastoril ou ecológica.

¿De onde provêm os ovos que se comercializam na Argentina?
O vídeo publicado pela ONG evidencia condições de superlotação, sujeira e sinais de estresse nas aves. Um relatório do Welfare Footprint Project indicou que os sistemas sem gaiolas reduzem significativamente o sofrimento das galinhas, evitando milhares de horas de dor e desconforto.

Uma pesquisa recente indicou que 64% dos argentinos são contra o uso de gaiolas na produção de ovos, enquanto 60% são a favor de leis que obriguem a transparência da informação no etiquetado.

Atualmente, a petição da Sinergia Animal para exigir legislação sobre o etiquetado de ovos reuniu mais de 17.000 assinaturas. “Os consumidores merecem informações claras para tomar decisões conscientes”, concluiu Viscarret.

Desinformados: os argentinos desconhecem a origem dos ovos que consomem
Apesar de o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (SENASA) exigir um etiquetado básico com informações sobre o estabelecimento de origem e data de validade, muitos produtos não cumprem essa normativa. É comum ver embalagens de ovos à venda sem nenhuma identificação, o que constitui uma prática ilegal na indústria.

Romina Viscarret, diretora da Sinergia Animal na Argentina, apontou que o problema vai além do descumprimento normativo. “Os argentinos não têm acesso a informações sobre o sistema de produção, ou seja, em que condições de vida as galinhas são criadas. Não há legislação que obrigue a transparência desses dados, o que impede os consumidores de tomarem decisões informadas”, explicou.

Fonte: Sinergia Animal.

¿Já conheces nosso canal de YouTube? ¡Inscreva-se!

Últimas noticias

Desmatamento ilegal em Lago Puelo: encontrada madeira no valor de $1 bilhão.

A Procuradoria de Lago Puelo está investigando um suposto caso de **desmatamento em grande escala** em uma área florestal...

Noticias relacionadas