Dia Mundial da Água: apenas um litro de óleo usado pode contaminar mil litros de água

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O óleo vegetal usado reciclado tem grande valor como matéria-prima para a produção de biocombustíveis de segunda geração, oferecendo uma alternativa mais sustentável aos combustíveis fósseis.

De fato, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2019), apenas 4,7% da oferta interna total de energia nacional corresponde a biocombustíveis, sendo a maior fonte de energia renovável.

Dentre esses biocombustíveis, 2% provém de óleos vegetais, 0,6% de álcoois vegetais e, em proporção semelhante, lenha e bagaço. Ou seja, o biodiesel proveniente de óleos vegetais é uma fonte chave de energia renovável para nosso país.

Um estudo realizado pela Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (FAUBA) e pela empresa DH-SH estimou que, nos lares argentinos, são gerados 2,5 litros de óleo vegetal usado por pessoa, por ano, e que apenas 22% separa esse óleo desde a fonte para posterior reaproveitamento.

A pesquisa destaca que a maior parte dessa produção é descartada nos encanamentos, resultando na contaminação de recursos naturais como solo e água. No entanto, a disposição da população é alta e a consciência está aumentando, desde que existam as ferramentas necessárias que facilitem a separação.

Segundo dados fornecidos pela Câmara da Indústria Oleaginosa em 2022, as províncias que lideram a produção de óleo vegetal são: Santa Fe (7.178.777 tn), Buenos Aires (954.982 tn), Córdoba (795.739 tn) e Entre Ríos (52.364 tn). 

A DH-SH, sediada na cidade de Capitán Bermúdez, província de Santa Fe, identificou a necessidade de criar um serviço para atender pequenos e grandes geradores de óleo de fritura. Assim, lançou em 2017 a campanha “Recicle seu Óleo” que, desde o início, acumulou para tratamento 33.542 toneladas desses resíduos provenientes de 15 províncias do país, que, de outra forma, teriam acabado no solo ou nos cursos d’água.

Quanto reciclamos na Argentina

Depois de desfrutar de batatas fritas, bolinhos ou bifes à milanesa, muitos não sabem o que fazer com o resíduo de óleo em suas casas. Nesse sentido, uma má notícia é que o estudo revelou que a população argentina gera 124 milhões de litros desse resíduo por ano e menos da metade recicla.

Por outro lado, há uma gestão melhor visível, seja por obrigatoriedade ou decisão voluntária, por parte dos estabelecimentos gastronômicos que geram 62 milhões de litros por ano e descartam 80%.

Uma luz no caminho é a crescente motivação por parte da população em gerenciar adequadamente esse resíduo para reduzir seus impactos ambientais. Com o objetivo de atender a essa potencial disposição, a DH-SH instalou mais de 400 pontos verdes distribuídos em 11 províncias do país e fechou mais de 120 convênios com municípios.

Embora o óleo vegetal usado não seja um resíduo perigoso por definição, seu descarte nos encanamentos de residências ou estabelecimentos comerciais faz com que ele termine nos cursos d’água. Sua presença cria uma película na superfície que altera as propriedades naturais da água e afeta o ecossistema, ao diminuir a disponibilidade de oxigênio para ser consumido por outros organismos, causando danos graves que se aprofundam e geram consequências irreparáveis.

Em nível doméstico, quando o óleo vai para o esgoto residencial, pode obstruir os encanamentos e aumentar a presença de bactérias e maus odores.

O cuidado ambiental é essencial para a sustentabilidade a longo prazo de nossas operações e o bem-estar das comunidades onde atuamos. Através do programa ‘Recicle seu óleo’, desde o início da campanha há oito anos, evitamos a contaminação de 36.480.904,347 m³ de água, o equivalente a encher 14.500 piscinas olímpicas, disse Antonella Druetta, responsável pela Ambiental da DH-SH, com base nos dados do Segundo Relatório de Sustentabilidade da empresa. 

óleo usado A importância de reciclar o óleo usado

A solução está no reciclagem

O reaproveitamento do óleo vegetal usado envolve um processo de filtragem, decantação e também é submetido a controles de parâmetros físico-químicos antes de ser despachado para distribuição nacional e internacional. Esse ciclo permite a comercialização desse insumo recuperado para a produção de biocombustíveis de segunda geração. 

Paralelamente, a gordura recuperada segue um processo semelhante de recebimento, armazenamento, decantação e purga da água residual antes de ser despachada como matéria-prima acondicionada.

A empresa destaca que esse último produto é utilizado tanto na produção de oleínas como em outros processos industriais. As operações da empresa valorizam materiais impulsionando a economia circular ao dar uma segunda chance ao óleo vegetal usado e aos resíduos não perigosos da indústria oleaginosa.

A falta de sistemas de reciclagem e informações adequadas que cheguem à população dificulta

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