Duas mulheres, uma Amazônia: A atriz Jane Fonda e a líder waorani Wiña Omaca Boyotai se unem em um apelo global em prol dos direitos indígenas.

Más leídas

Ontem, Jane entregou uma carta ao consulado equatoriano em Los Angeles, instando o tribunal máximo do Equador a defender os direitos do povo Waorani. O mesmo fez ontem Wiña, que viajou de sua terra natal até Quito para defender o direito de seu povo de ser ouvido em um caso histórico.

QUITO / LOS ANGELES.— Ontem, em um ato único e emocionante de resistência paralela, duas mulheres respeitadas de lados opostos do mundo, a atriz e ativista vencedora do Oscar Jane Fonda e a líder Waorani Wiña Omaca Boyotai, transmitiram a mesma mensagem urgente às mais altas autoridades do Equador: ouçam e respondam aos Povos Indígenas que protegem a Amazônia.

Jane Fonda. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines Jane Fonda. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines

A atriz Jane Fonda comprometida com a comunidade Waorani

Jane Fonda, de 87 anos, entregou ontem uma carta ao consulado equatoriano em Los Angeles em nome da Amazon Frontlines e dezenas de simpatizantes de todo o mundo. A carta exige que a Corte Constitucional do Equador ouça a delegação Waorani, que viajou por dias da selva tropical até a capital, Quito, para garantir que o mais alto tribunal de seu país os ouça.

Jane Fonda entregando petitorio. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines Jane Fonda entregando petitorio. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines

Quase ao mesmo tempo, Wiña Omaca Boyotai, pikenani – sábia guerreira – e líder espiritual do povo Waorani, também da mesma idade, liderava uma marcha com mais de 120 membros de sua comunidade pelas ruas de Quito até a porta da Corte, determinada a fazer ouvir sua voz.

Este momento vai além de um apelo jurídico, é um ponto de virada em uma luta em escala continental pela justiça climática e a soberania indígena. Em toda a bacia amazônica, a consagração nas constituições nacionais do direito dos povos indígenas de decidir o que acontece em seus territórios poderia mudar as regras do jogo para o futuro da selva tropical e do planeta. Estudos científicos demonstram consistentemente que as terras geridas pelos indígenas são as barreiras mais eficazes contra o desmatamento, a perda de biodiversidade e a mudança climática.

No entanto, essas mesmas comunidades agora enfrentam um último assalto de poderosos interesses petrolíferos e mineradores, auxiliados por governos cúmplices e lacunas legais. O Tribunal Constitucional do Equador tem a oportunidade de estabelecer um precedente histórico que ecoe além de suas fronteiras, reconhecendo que os defensores de linha de frente da Amazônia são também seus legítimos administradores. À medida que a crise climática se agrava e as indústrias extrativas avançam para áreas cada vez mais remotas, ouvir as vozes indígenas não é apenas uma obrigação legal, mas um imperativo planetário.

Jane fazendo declarações. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines Jane fazendo declarações. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines

A carta que elas carregam é assinada por mais de 80 personalidades de todo o mundo, incluindo artistas renomados como Mark Ruffalo, Cate Blanchet, Gillian Anderson, Emma Thompson e Lupita Nyongo, defensores dos direitos humanos e organizações internacionais. Nela, é feito um apelo à Corte Constitucional do Equador para que defenda o direito dos povos indígenas ao consentimento livre, prévio e informado sobre qualquer projeto extrativo em suas terras ancestrais, direitos consagrados na lei, mas frequentemente ignorados na prática.

Jane se emocionou até as lágrimas quando conheceu Wiña na Amazônia equatoriana no mês passado”, declarou Mitch Anderson, Diretor Executivo da Amazon Frontlines. “Duas mulheres, ambas idosas, ambas guerreiras à sua maneira, unidas pela mesma causa. Vidas diferentes, mas a mesma luta”.

Jane Fonda apoiando a causa. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines Jane Fonda apoiando a causa. Foto: Magnus Diehl/Amazon Frontlines

Em um mundo frequentemente dividido pela política e geografia, essas duas mulheres mostram como o propósito comum e a clareza moral são importantes. “Não se trata apenas do Equador”, disse Fonda ao Noticias Ambientales. “Trata-se de proteger os pulmões do planeta e respeitar as pessoas que os têm protegido por milênios”.

<img class=" wp-image-101012" src="https://storage.googleapis.com/media-cloud-na/2025/05/Fane

Últimas noticias

Rota da Luz: um projeto de energia solar para transformar comunidades na Puna de Jujuy

Desde 2018, um ambicioso projeto marcou um antes e um depois em comunidades de **Jujuy, Argentina**, ao **levar energia...

Noticias relacionadas