Um novo estudo publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences revela que o gado alimentado com pasto produz maiores emissões de carbono do que o gado criado com métodos industriais, mesmo nos cenários mais favoráveis.
Este achado questiona a percepção comum de que a carne de gado alimentado com pasto é mais sustentável e coloca um dilema para os consumidores conscientes do meio ambiente.
Principais conclusões sobre a alimentação do gado bovino
A carne do gado alimentado com pasto emite mais gases de efeito estufa (GEE) devido ao crescimento mais lento dos animais em pastoreio. Isso leva à necessidade de mais gado para obter a mesma quantidade de carne que a produção industrial.
Embora as pastagens possam sequestrar carbono, a quantidade armazenada não compensa as emissões geradas pelo gado.
Em regiões como a América do Sul, o aumento na produção de carne de gado alimentado com pasto contribui para o desmatamento de terras que, de outra forma, armazenariam carbono.
Impacto local vs. global
Os especialistas destacam que, embora a carne de bovino alimentada com pasto tenha maiores emissões globais, poderia oferecer benefícios localizados:
- Bem-estar animal: Maior qualidade de vida para o gado.
- Menor poluição local: Menos impacto nos solos e águas em comparação com os métodos industriais.
- Biodiversidade: Impactos positivos em certos ecossistemas.
Considerações para o futuro
O estudo sugere que a carne de bovino, independentemente do seu método de produção, tem um impacto ambiental significativo.
Mudar os hábitos alimentares para proteínas vegetais ou reduzir o consumo de carne de bovino poderia ser uma alternativa mais sustentável em nível global.
O impacto ambiental de consumir carne de bovino
Segundo o portal EuroNews, Randy Jackson, professor de Ecologia de Pastagens da Universidade de Wisconsin-Madison que não participou do estudo, disse ter encontrado resultados semelhantes em sua própria pesquisa, na qual a carne de bovino alimentado com pasto tem maiores emissões atendendo à mesma demanda.
No entanto, ele se preocupa que o estudo esteja focado demais na minimização das emissões “sem se preocupar com os impactos ambientais além da carga de GEE na atmosfera”, como a biodiversidade e a qualidade do solo e da água, escreveu em um e-mail.