Florestas argentinas cada vez menos protegidas contra incêndios.

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Cada vez se destinam menos recursos públicos para a proteção das florestas na Argentina diante da ameaça de incêndios florestais. Essa é a conclusão do relatório Monitor Ambiental do Orçamento, que relata uma queda de 81% na execução orçamentária do Serviço de Manejo do Fogo em 2024 em comparação com 2023.

Embora o orçamento destinado para esta área do Governo Nacional (responsável pelo controle de incêndios) tenha aumentado de $12.101 milhões para $33.142 milhões, em 2024 apenas $7.739 milhões foram executados, ou seja, apenas 22% do total.

Isso representa uma subexecução em comparação com 2023, quando 99,9% do orçamento foi utilizado. “Representa uma queda real de 81%”, afirmam da Fundação Ambiente e Recursos Naturais (FARN), a organização que realizou o monitoramento.

![Los incendios forestales tuvieron un pico el último verano. (foto: Marcelo Martínez / Greenpeace)](https://noticiasambientales.com/wp-content/uploads/2025/05/41d4aaef-incendios-en-el-bolson-©-marcelo-martinez-greenpeace-01-1024×682-1.jpg)

## ¿Qual é o controle e manejo dos incêndios?

O Serviço de Manejo do Fogo é o organismo estatal encarregado de coordenar os recursos e ações para o combate de incêndios florestais em todo o país. Em dezembro passado, essa seção foi transferida da Subsecretaria de Meio Ambiente para o Ministério da Segurança.

Para a FARN, essa transferência se reflete na mudança de foco para abordar a problemática dos incêndios. Os especialistas descrevem que a política implementada pelo Governo tem sido reativa e não preventiva. “É urgente um enfoque preventivo na gestão do fogo. A reação tardia e a falta de execução orçamentária colocam em risco vidas humanas, ecossistemas e bens materiais”, explicam no relatório.

No meio dessa diminuição no investimento, os incêndios continuam se propagando nas florestas argentinas. O último relatório mensal do Serviço de Manejo do Fogo mostra que em março deste ano foram queimadas 70.900 hectares de florestas, quase cinco vezes mais do que o registrado no mesmo mês de 2024 (13.900 hectares).

Conforme as revisões da FARN, no início de 2025 esse comportamento reativo já se manifestava. O orçamento começou a ser executado apenas em fevereiro, quando os relatórios de incêndios na Patagônia já tinham mais de um mês.

![Las sequias y calor extremo complican el control de las llamas. (Foto: Marcelo Martínez / Greenpeace)](https://noticiasambientales.com/wp-content/uploads/2025/05/1cc80f2a-incendios-en-el-bolson-©-marcelo-martinez-greenpeace-02-1024×684-1.jpg)

## ¿Quem são os responsáveis pelo fogo?

95% dos incêndios florestais na Argentina são causados pela mão do homem, de acordo com dados do Serviço de Manejo do Fogo.

As chamas podem ser iniciadas por fogueiras, bitucas de cigarro mal apagadas, preparação de áreas de pastagem com fogo, abandono de terras, desenvolvimento agropecuário e imobiliário, atividades mineradoras, entre outros.

Em muitos casos, essas situações podem ser premeditadas ou ter alguma intencionalidade. Foi isso que a equipe de Parques Nacionais encontrou ao investigar os incêndios ocorridos entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano na região patagônica. “Tivemos diversos focos de incêndio, monitoramos 95% e apenas um foi por causas naturais”, revelou Cristian Larsen, presidente do conselho da Administração de Parques Nacionais (APN).

O fator climático deve ser levado em conta. As mudanças climáticas – expressas em secas prolongadas e ondas de calor – aumentam a frequência e a intensidade dos incêndios florestais. Ao facilitar a propagação do fogo, torna-se mais difícil conter e controlar os incêndios.

[Um estudo realizado por cientistas do Conicet](https://ri.conicet.gov.ar/handle/11336/157645) (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas) analisou 20 anos de ocorrência de incêndios nas Sierras de Córdoba e descobriu que os anos mais afetados por incêndios foram aqueles com maior déficit hídrico.

## Impactos

O desfinanciamento do setor ambiental em 2024 também afetou outras dependências. Por exemplo, a Subsecretaria de Meio Ambiente sofreu um ajuste orçamentário de 79,4% em termos reais, tendo que operar com menos de um quarto dos fundos utilizados em 2023. Além disso, os fundos para a promoção de energias renováveis e eficiência energética caíram 66,4% em termos reais.

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