O coral-sol, a espécie invasora que ameaça os ecossistemas marinhos no Brasil há décadas.

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O coral-sol, detectado pela primeira vez no Brasil na década de 1980, expandiu rapidamente sua presença ao longo da costa do país, afetando mais de 3.000 quilômetros de litoral.

Esta espécie exótica pertence ao gênero Tubastraea, nativo dos oceanos Índico e Pacífico, mas no Atlântico Sul Ocidental apenas duas espécies invasoras foram identificadas:

  • Tubastraea coccinea.
  • Tubastraea tagusensis.

Desde seu primeiro registro na Bacia de Campos, Rio de Janeiro, se espalhou para Santa Catarina, Ceará e Pernambuco, chegando até mesmo a áreas de proteção ambiental.

Impacto ambiental e desafios em sua erradicação

O coral-sol se reproduz de forma acelerada, formando densas colônias que sufocam espécies nativas e alteram a biodiversidade marinha.

Entre 2014 e 2023, no arquipélago de Alcatraces, mais de 1,3 milhões de colônias foram removidas, com um peso total de 12 toneladas, sendo 92% da espécie Tubastraea tagusensis.

Apesar desses esforços, os pesquisadores alertam sobre o efeito tapete curto, onde o controle em áreas específicas reduz a presença em um local, mas facilita sua expansão em zonas menos geridas.

Novas estratégias para o controle do coral-sol

As técnicas atuais para combater a invasão incluem:

  • Método manual com martelo e cinzel, acessível mas limitado.
  • Martelos pneumáticos, mais eficazes mas com restrições devido ao ruído e mobilidade.
  • Hidrogel aplicado com drones subaquáticos, uma tecnologia em desenvolvimento.

O estudo sugere priorizar a remoção em áreas de baixa abundância e utilizar ferramentas mecânicas em zonas de alta concentração.

Um problema ligado à indústria petrolífera

Segundo o Ministério do Meio Ambiente do Brasil, o coral-sol foi introduzido acidentalmente em plataformas de petróleo e navios, o que favoreceu sua expansão.

Em 2018, o governo o incluiu como espécie exótica invasora prioritária, dentro do Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento.

No entanto, a invasão continua afetando habitats sensíveis, como os recifes de coral, já enfraquecidos pelo aquecimento global e a poluição.

O desafio de frear sua propagação

O coral-sol é heterótrofo, o que significa que consome oxigênio e gera dióxido de carbono, afetando o equilíbrio ecológico.

Os especialistas alertam que pode gerar até 3.000 larvas em um único evento reprodutivo e se fixar facilmente em rochas, navios e recifes, facilitando sua dispersão.

A importância do monitoramento constante

Segundo os pesquisadores, a erradicação total é difícil, mas seu controle depende de uma combinação de técnicas, que incluam:

  • Extração manual com acompanhamento contínuo.
  • Pesquisa e desenvolvimento de novos métodos.
  • Ações de prevenção em plataformas petrolíferas.

Enquanto soluções definitivas são buscadas, o monitoramento e a remoção constante serão essenciais para mitigar o impacto do coral-sol nos ecossistemas marinhos do Brasil.

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