No nordeste da província de Santa Fe, encontra-se um dos mais importantes ecossistemas úmidos da Argentina. Trata-se do mais biodiverso e fundamental por sua natureza.
Jaaukanigás tem 492.000 hectares desde as margens do rio Paraná, abrangendo também setores de Chaco e Corrientes.
Seu nome, que na língua abipona significa “povo da água”, reflete a ligação ancestral dos povos originários com este ecossistema.
Jaaukanigás, o paraíso úmido da biodiversidade em busca de proteção
Jaaukanigás, Santa Fe. (Foto: Aves Argentinas).[/caption>
Jaaukanigás abriga uma impressionante diversidade biológica, com mais de 800 espécies de plantas e 767 espécies de vertebrados, incluindo aves, mamíferos, répteis e anfíbios.
Entre as espécies em perigo que habitam a região destacam-se o capuchinho peito branco, o aguará guazú, o veado dos pântanos e o lobo de rio.
Quais são os desafios de conservação e as iniciativas para protegê-lo
Em 2001, Jaaukanigás foi declarado Sítio Ramsar, um reconhecimento internacional que destaca sua importância ecológica e seu papel na conservação da água. No entanto, apesar desse estatuto, muitas de suas áreas ainda carecem de proteção efetiva.
“É um ecossistema de importância internacional, tem o reconhecimento da Convenção Ramsar, o primeiro tratado ambiental do mundo, que ocorreu porque haviam sido perdidos 50% dos ecossistemas úmidos”, detalhou Alejandro Giraudo, doutor em Ciências Biológicas e pesquisador do CONICET, ao jornal Ámbito.
Com o objetivo de fortalecer a conservação de Jaaukanigás, em 2022 foi assinada uma ata de intenção entre a Administração de Parques Nacionais, o governo da província de Santa Fe e Aves Argentinas para a criação da Área de Manejo Integral Jaaukanigás.
Este acordo busca coordenar esforços para a conservação de ecossistemas úmidos de grande valor, realizar levantamentos na área e desenvolver uma zonificação que determine categorias de conservação de jurisdição nacional e provincial.