Através de um programa de carbono para pastagens, a iniciativa POA busca expandir a pecuária regenerativa na Patagônia argentina, ajudando a restaurar terras degradadas enquanto gera renda adicional para produtores agropecuários.
O nome do projeto faz referência à rainha das forrageiras mais valorizadas pelo gado patagônico, simbolizando seu foco na sustentabilidade e produtividade.
Um ambicioso plano de conservação
POA aspira a melhorar 3 milhões de hectares na região, tornando-se o primeiro projeto na América do Sul com certificação Verra.
A iniciativa é impulsionada por uma parceria entre Ovis 21, Ruuts e Native, com o objetivo de potencializar a produção agropecuária, melhorar a saúde das pastagens e fortalecer o bem-estar das comunidades rurais.
Primeiros resultados e expansão do programa
Atualmente, quatro campos já recebem fundos de pré-venda de créditos, somando 43.000 hectares.
Além disso:
- 18 estabelecimentos assinaram contrato, totalizando 241.000 hectares.
- 70 produtores iniciaram o processo de adesão, abrangendo 1,4 milhão de hectares.
O programa, que teve início em 2024, tem apresentado resultados positivos e continua a atrair participantes.
Apresentação e experiências dos produtores
O programa foi apresentado a meia centena de produtores na Estância La Tapera, em Fuentes del Coyle, Santa Cruz.
No evento Regenera Santa Cruz, Mariano Illarragorri e Cintia Alvado, administradores de uma das primeiras fazendas a receber financiamento, compartilharam sua experiência com a pecuária regenerativa e as mudanças aplicadas para fazer parte do POA.
Como funciona o sistema de carbono
POA promove a transição do pastejo contínuo para um modelo de pecuária regenerativa, baseado em pastejo planejado com alternância entre pastejo moderado e períodos de descanso prolongados.
Este método melhora a produtividade do campo, enquanto os produtores podem vender créditos de carbono, contribuindo para a captura segura de carbono no solo.
História e desenvolvimento da Ovis 21
A empresa Ovis 21 foi fundada em 2003 em Río Gallegos, impulsionada pela família Fenton, proprietária da Estância Monte Dinero, juntamente com Pablo Borrelli e Alejandra Canosa.
Sua missão inicial era melhorar a sustentabilidade da produção ovina, criando uma rede de colaboração e aprendizado. Em 2004, a empresa introduziu a genética Merino Multipropósito da Austrália, o que fortaleceu os protocolos de qualidade e permitiu a evolução dos rebanhos patagônicos.
Condições para participar do programa
Assim como em todos os programas de carbono, o POA requer que os produtores assinem um contrato de longo prazo, garantindo a permanência das mudanças na gestão do campo.
O sistema oferece financiamento, permitindo aos produtores investir em:
- Infraestrutura de água e cercas.
- Subdivisão de piquetes.
- Implementação de períodos de descanso no pastejo.
Para participar, os produtores devem possuir fazendas com mais de 5.000 hectares e comprometer-se com as práticas de gestão holística e regenerativa, recebendo assistência técnica e monitoramento gratuito da Ovis 21.
Com esse modelo, o POA busca transformar a produção agropecuária na Patagônia, garantindo um futuro mais sustentável e lucrativo para os produtores.
Foto da capa: INTA
*Com informações de LN Campo