Restaurar 6 milhões de hectares de terras desmatadas poderia gerar R$ 781 bilhões em receitas para o Brasil.

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O Cerrado possui 6 milhões de hectares de terras desmatadas que precisam ser restauradas. Isso representa metade do compromisso assumido pelo Brasil no Acordo de Paris de 2015: reflorestar 12 milhões de hectares até 2030.

De acordo com um relatório do Instituto Escolhas, intitulado “Quanto o Brasil precisa investir para restaurar o Cerrado?” publicado em 25 de fevereiro, a restauração da vegetação nativa em Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Legais poderia gerar receitas líquidas de 781,3 bilhões de reais.

Benefícios econômicos, ambientais e sociais da recuperação de terras desmatadas

Conhecido como o “celeiro do mundo” e “a caixa d’água do Brasil”, a restauração do Cerrado não apenas contribuiria para os objetivos climáticos do país, mas também incentivaria a produção de alimentos, a criação de empregos e a recuperação de nascentes vitais para a agricultura e as hidrelétricas.

Por exemplo, a recomposição de Reservas Legais por meio de sistemas de produção madeireira poderia gerar 942 mil metros cúbicos de madeira, enquanto a restauração de APPs com sistemas agroflorestais permitiria a produção de 26,6 milhões de toneladas de alimentos, exigindo o plantio de 3,7 bilhões de mudas. Com um investimento estimado de 132 bilhões de reais, a restauração do Cerrado tem o potencial de gerar 1,8 milhão de empregos.

A pesquisa também estima que a recuperação da vegetação do Cerrado poderia retirar da atmosfera 2,38 bilhões de toneladas de CO2, equivalente a todas as emissões geradas no Brasil durante 2023.

A importância do Cerrado e seu estado atual

O Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, abrange 198,5 milhões de hectares, o que representa 23,3% do território nacional. Está distribuído em várias regiões administrativas, incluindo os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia, entre outros.

Segundo o MapBiomas (Coleção 9, 2024), o uso agropecuário no Cerrado passou de 28% em 1985 para 47,2% em 2023, o que resultou na perda de 38 milhões de hectares de vegetação nativa desde 1985, uma diminuição de 27%.

Em 2022, o bioma perdeu 1,5 milhão de hectares, sendo 61% desse desmatamento em áreas de vegetação primária. Em contraste, as Unidades de Conservação, Terras Indígenas e Comunidades Quilombolas conservam mais de 93% de sua vegetação nativa, enquanto as áreas privadas com registro fundiário georreferenciado mal chegam a 44,9%.

Um apelo urgente para cumprir os compromissos climáticos

Segundo Rafael Giovanelli, gerente de pesquisas do Instituto Escolhas, “O Brasil tem o objetivo de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação nativa, e metade dessa meta – 6 milhões – está no Cerrado, que é a fonte das águas do Brasil e o celeiro do mundo”.

Giovanelli afirmou: “Precisamos de uma estratégia de restauração produtiva que aproveite as capacidades do bioma, recupere nascentes, produza alimentos e gere emprego e renda”. No entanto, destaca que, embora a meta tenha sido assumida em 2015, o país avançou pouco e poderia chegar à COP30 em Belém sem avanços significativos para mostrar.

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