O governo autorizou a exportação de sucata metálica e gerou polêmica.

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O governo anunciou que não renovará os decretos 1040/20 e 70/23, que desde 2009 proibiam a exportação de sucata metálica. A medida, comunicada pelo ministro da Desregulação e Transformação do Estado, Federico Sturzenegger, reabre a possibilidade de comercializar esses resíduos em mercados internacionais, o que gerou opiniões divididas entre os atores econômicos.

Segundo Sturzenegger, esta decisão busca incentivar a reciclagem e abrir novas oportunidades comerciais. Nesse sentido, o ministro utilizou sua conta de X para explicar que o presidente Javier Milei apontou que o poder do Estado não deve ser usado para redistribuir os rendimentos entre os atores do mercado de forma arbitrária.

Além disso, o ministro argumentou que a proibição deprimia os preços locais dos resíduos metálicos, desincentivando a reciclagem e limitando oportunidades econômicas. Como exemplo, mencionou que materiais como cabos de cobre descartados pelas empresas telefônicas, que têm grande demanda no mercado internacional, não podiam ser exportados.

Por outro lado, afirmou que a regulamentação favorecia exclusivamente os processadores locais de sucata, mas prejudicava pequenos recicladores e empresas que geravam esses resíduos. Segundo Sturzenegger, permitir a exportação impulsionará o desenvolvimento de negócios relacionados à valorização de resíduos.

Mudanças na importação de resíduos metálicos. Foto: Pixabay,
Mudanças na importação de resíduos metálicos. Foto: Pixabay,

Preocupações da indústria local

No entanto, a medida anunciada pelo Governo gerou preocupação no setor metalúrgico. Por esse motivo, esse setor alertou que essa decisão poderia agravar a escassez de matéria-prima. Desde 2009, a regulamentação visava garantir o abastecimento interno de sucata, um insumo chave para a produção de aço, cobre e alumínio.

Nesse sentido, a indústria teme que a exportação desses materiais aumente seus custos e afete a competitividade das empresas locais ao longo da cadeia de valor. Portanto, argumentam que a situação atual de abastecimento ainda é limitada e que a abertura de mercados externos poderia piorar esse problema.

Contexto e antecedentes

A restrição à exportação de sucata metálica foi implementada em 2009 com o objetivo de fortalecer a indústria siderúrgica nacional. Naquela época, o governo justificou a medida como uma forma de garantir o fornecimento interno de materiais chave para a produção e evitar o encarecimento de produtos como o aço.

A norma contemplava suspender tanto as exportações definitivas como as temporárias de resíduos de ferro, aço, alumínio e cobre, classificados em determinadas posições tarifárias.

Sucata metálica. Foto: Pixabay.
Sucata metálica. Foto: Pixabay.

Impacto e perspectivas

A decisão atual levanta um debate sobre o equilíbrio entre incentivar a reciclagem, abrir mercados internacionais e garantir o desenvolvimento da indústria local. Enquanto o governo destaca os benefícios econômicos e ambientais da medida, a indústria alerta sobre possíveis impactos negativos em sua produção e custos.

O sucesso dessa política dependerá de como forem gerenciadas as necessidades do mercado interno diante da abertura de novas oportunidades comerciais, bem como do compromisso de todos os setores para garantir um desenvolvimento sustentável e competitivo.

Qual é a posição do Governo em relação à exportação de sucata metálica?

De acordo com as informações na página oficial do Governo, o decreto revogado proibia a exportação de vários resíduos industriais valorizados, como resíduos metálicos ou plásticos com o objetivo de nivelar o preço local. Segundo as autoridades, isso só favorecia alguns empresários em detrimento da maioria das PMEs.

Portanto, essa medida estaria alinhada com as recentes modificações no Código Aduaneiro, onde a exportação de resíduos valorizados não estará mais sujeita a proibições. Para manter certo controle sobre o cumprimento dos tratados internacionais de movimentos transfronteiriços de resíduos, a exportação deve ser formalizada por meio de uma declaração juramentada, com fiscalização ex post a cargo da Subsecretaria de Meio Ambiente.

Nesse sentido, o Governo argumenta que ao alinhar os preços locais com os internacionais, será incentivada a coleta desses resíduos, aumentando as exportações e reduzindo os preços locais.

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